Agricultores de Balsa Nova, Região Metropolitana de Curitiba, estão preocupados com o fechamento do único moinho da região. Além do valor sentimental e histórico para a família proprietária – o local tem mais de 100 anos -, o moinho deverá trazer prejuízo para outros agricultores, pois ele é muito utilizado por toda a comunidade que planta arroz, centeio, milho e trigo. O moinho pertence à família de Gilberto Besciak, que sempre viveu no município.
Besciak explicou que no dia 18 de abril deste ano um fiscal do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) fez uma vistoria no moinho e, no Relatório de Inspeção Ambiental, deu um prazo de 90 dias para paralisação das atividades. Segundo Besciak, o fiscal teria dito que o moinho está construído a menos de 30 metros do Rio Itaqui, o que não seria permitido por se tratar de uma área de preservação permanente, onde deveria haver mata ciliar. Porém, no mesmo parecer do fiscal, há a observação de que o ?processo produtivo do moinho não gera afluentes líquidos?. Besciak ainda foi multado em R$ 1 mil, mas recorreu. ?Mandam a gente fechar, mas não dão uma justificativa que convença. Se durante 100 anos nunca houve problema, por que só agora resolveram fazer isso??, indaga o agricultor.
O proprietário do moinho disse que ele até consegue se virar com sua outra fonte de renda, a lavoura, mas há muitas pessoas na comunidade que não têm esse privilégio e precisam do moinho para encaminhar seus produtos para cooperativas e refinarias da região.
É o caso da família de Ivani Stanszyq, que também sempre viveu em Balsa Nova. ?Meu marido usa o moinho para tudo. É o único por aqui. Não sabemos como vai ser quando fechar?, disse. Seu filho, Douglas, trabalha com o pai e lamentou o fechamento do moinho. ?Vai ser difícil para nós sem o moinho.? O moinho trabalha com uma média de 1,5 mil quilos de produtos por mês.
O IAP informou que uma equipe técnica está discutindo alternativas para vários moinhos que foram construídos há muitos anos e que hoje estão em áreas de preservação. As alternativas poderiam ser relocações e compensações, mas ainda nada foi definido. O fiscal que visitou o moinho não foi encontrado pela reportagem.