Quarenta e nove famílias estão reclamando da falta de assistência depois da proibição de selecionar material reciclável no lixão do Imbocuí, em Paranaguá, litoral do Estado. Elas fazem parte da Associação dos Recicladores da Vila Santa Maria. Até janeiro deste ano, retiravam no lixão a matéria-prima que os sustentava. Com a proibição do Ministério Público Estadual de freqüentarem o lixão, passaram a cobrar da Prefeitura maior assistência para que possam recolher o material em outros locais.
O lixão foi fechado no último dia 8 de fevereiro. Cerca de 100 famílias viviam do material que recolhiam do local. ?Depois que o lixão foi fechado, nossa associação foi esquecida. A ajuda que estamos recebendo não é suficiente. Temos pouco material para reciclar. E a Prefeitura disse que ia dar cestas básicas e um salário mínimo para os membros da associação e nada saiu?, contou a tesoureira da associação, Luciane Rocha.
As famílias receberam um caminhão com motorista da Prefeitura para recolher material reciclável à noite. No entanto, Luciane explica que não encontram material suficiente. Ela explicou que as famílias não querem voltar para o lixão. Por isso ressaltou que, além da Prefeitura, é importante que a sociedade colabore separando o material reciclável para que eles levem. ?Poderíamos ter mais caminhões e as firmas poderiam ajudar cedendo material para nós?, afirmou.
O secretário do Meio Ambiente de Paranaguá, Paulo Emmanuel do Nascimento Júnior, reconhece o problema social dos recicladores e garantiu que o governo municipal está tentando contornar a situação. ?Não é da noite para o dia que colocamos todas as famílias que freqüentavam o lixão no mercado de trabalho?, explicou. O secretário afirmou que, além dos caminhões, a Prefeitura está fazendo uma campanha de conscientização da população.
MPE
O coordenador do Centro de Apoio às Promotorias do Meio Ambiente do MPE, procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos, explicou que cabe à Prefeitura dar assistência adequada àqueles que vivem do lixão. O procurador afirmou que deixar essas pessoas freqüentarem o lixão é desumano e enfatizou que o MPE vai atuar em todos os casos que souber que há este tipo de trabalho.