(Colaborou Olavo Pesch)
Esperar a correspondência ou a conta que não chega tem sido recorrente na Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares do Paraná (Sintcom/PR), moradores em São José dos Pinhais, Colombo e Piraquara são os que mais sofrem atrasos e, para amenizar o problema no Estado, seria necessário contratar mil novos carteiros.
No dia 14 do mês que vem o Sintcom/PR fará uma paralisação em São José dos Pinhais. “A gente quer mostrar para a população que a culpa dos atrasos não é do carteiro. Eles estão trabalhando muito para suprir a demanda, inclusive nos fins de semana”, alerta Guaraci da Costa, do departamento jurídico do Sintcom/PR. Segundo ele, a região metropolitana está abandonada, pois falta gente e material. “Em São José dos Pinhais o prédio está terrível. Não há banheiro suficiente, os funcionários estão sobrecarregados. Isso sem contar os problemas corriqueiros, como assaltos e ataques de cães”, reclama.
O delegado sindical Fabio Ribeiro estima que o ideal para o Centro de Distribuição Central de São José dos Pinhais seriam 28 a 30 carteiros, mas hoje há menos de 20. “Quando qualquer um aqui entra em férias, pega alguma licença ou fica doente, a gente já passa apuro”, diz.
Contas
O Paraná Online apurou que faturas vencidas no mês passado ainda não chegaram aos destinatários no município. Vários tipos de contas ainda podem ser pagas de outra forma, como internet ou diretamente no órgão público, instituição financeira ou estabelecimento comercial. Mas há alguns serviços que dependem exclusivamente dos Correios, como entrega de documentos. Ao questionar a demora na chegada da carteira de habilitação renovada, um morador que foi até o centro de distribuição buscá-la ouviu que se não tivesse ido lá, “só Deus sabe” quando receberia.
Processo mais demorado
A assessoria de imprensa dos Correios informa que a distribuição de pessoal é feita através de estudo técnico, que avalia o crescimento das cidades e as necessidades de determinadas regiões. A empresa alega não ter autonomia para resolver o problema de um dia para o outro. A justificativa é que a estatal tem que se submeter a outros órgãos de fiscalização para só depois contar com a abertura de concursos públicos, aumento do número de agências e ampliação na frota. “É um processo constante e dinâmico”, ressalta o assessor Celso Guimarães.