Fãs reverenciam Fusca e trocam experiências

Não importa se ele é azul, verde, amarelo ou branco, tampouco se está bem conservado ou em péssimas condições de uso. Basta ser um Fusca, de preferência antigo, para se tornar o centro das atenções de milhares de brasileiros. Hoje, uma legião de fãs do velho besouro da Volkswagen, o “carro do povo”, estará reunida a partir das 10h no estacionamento do Wall Mart, na Avenida das Torres, em Curitiba, para `trocar figurinhas’ sobre o carro e, principalmente, reverenciar o tão adorado Fusquinha.

“A paixão pelo Fusca foi passada pelos meus pais. Eles tinham um, ano 62, mas tiveram que se desfazer. Desde então, procurei saber mais sobre o carro, até ter o meu primeiro, há seis anos”, conta Ronaldo Matsune, de 27 anos, que hoje se dedica a uma oficina de restauração de carros antigos. Há quase seis anos, ele fundou o Nippon VW Clube, que reúne hoje cerca de 70 amantes do Fusca. Além disso, já contabiliza cinco Fuscas na garagem, além dos dois que pertencem à esposa, Dayene Matsunaga, 24. “Eu já gostava de carros, mas não era tão fã. Acabei totalmente contagiada depois que conheci o Ronaldo”, confessa Dayene Por coincidência, foi justamente o antigo carro da Volks que uniu o casal. “Fui a um encontro de carros antigos com alguns amigos e perguntei ao Ronaldo sobre o motor de um deles. A gente acabou se conhecendo melhor e estamos juntos há quatro anos”, conta.

Para Ronaldo, o que mais chama a atenção em um Fusca é o charme. “Pessoalmente, gosto muito. Acho o modelo bonito”, afirma. Entre os sete `filhos’ que ele e Dayane possuem, o xodó, confessa Ronaldo, é um modelo hot (esportivo) amarelo, de 1952. Ele conta que comprou o carro há quase dois anos, por cerca de R$ 5 mil, e já fez restauração completa: mudou o estofamento, que era em algodão, por couro, substituiu as rodas antigas pelas de aro 17, trocou o motor original de 1,1 litro (1.100 centímetros cúbicos) de cilindrada por um 1,6 litro alimentado por turbocompressor, colocou freio a disco nas quatro rodas, com suspensão a ar. Um dos únicos itens que permanece o mesmo é a carroceria. “O carro antigo é rico em detalhes, por isso as pessoas dão valor”, explica, apontando para duas característica em especial: o pisca na lateral do carro (próximo à porta) e o vidro traseiro bipartido, antecessor do modelo oval que foi lançado anos depois.

Ronaldo não gosta de falar em valores, pois teme que as pessoas não acreditem. Revela, porém, que seu Fusca amarelo é avaliado em cerca de R$ 15 mil. “Mas não venderia nem por R$ 20 mil. Não há dinheiro que pague”, diz.

Doente por Fusca

O bancário Ronaldo Neves de Almeida, 30, também é “doente por Fusca”, como ele mesmo confessa. “Foi meu primeiro carro, há doze anos. Há cinco, comprei um de 1957 e não o troco por nada”, avisa, lembrando a dificuldade que foi em encontrar esse. “Era de um amigo meu, e eu já vinha tentando negociar há tempos. Até que ele `se apertou’ e teve de vender”, conta. Entre restauração da parte mecânica, estofamento e outras mudanças, o bancário conta que gastou cerca de R$ 7 mil. “A minha esposa às vezes reclama, quando deixo de comprar alguma coisa para casa, por causa do Fusca. Mas não consigo, é uma doença”, confessa. Seu sonho, segundo ele, é que seu filho Vítor, de um ano e meio, ande no mesmo Fusca verde que mantém com tanto amor.

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