O Paraná Online divulgou, na segunda e terça-feira, matérias mostrando a vida dos cerca de 4.500 moradores de rua de Curitiba e a estimativa de que este público tenha aumentado em 60% nos últimos sete anos. A Fundação de Ação Social (FAS) procurou a reportagem para questionar a estatística divulgada. Mas apesar do questionamento, a FAS reconhece que não possui este dado de forma precisa, já que, até hoje, nunca fez nenhum tipo de pesquisa que pudesse apurar informações sobre este público. Até há a intenção da FAS em fazer um censo da população de rua, trabalho que pode acontecer no próximo semestre. No entanto, ainda está em fase de discussões e depende de uma parceria com ONG que atende moradores de rua.
Conforme a FAS, dados do Ministério do Desenvolvimento Social (e não do IBGE, como divulgamos) falam em 2.776 pessoas em situação de rua (os quase 2.800 ditos na matéria, num arrendondamento), no ano de 2008. Como este era o único dado oficial existente sobre esta população, a reportagem buscou outras fontes alternativas de dados. Com um ativista, que lutou junto a movimentos de moradores de rua, Vilmar Andrade, conseguiu-se a estimativa de 4.500 pessoas morando, definitiva ou transitóriamente, nas calçadas da capital paranaense. Segundo esta mesma fonte, há dois anos atrás a quantia era de mil pessoas a menos.
Oficial
O que a FAS possui hoje, oficialmente, é a quantia de atendimentos individuais realizados pela entidade, que giram em torno de 3.300 por ano (nos Centros POP, unidades de acolhimento e casas de passagem). “Ainda assim, isso não significa que temos 3.300 pessoas vivendo nas ruas em Curitiba, porque o serviço da FAS é de porta aberta e muitos usuários desses equipamentos não se configuram exatamente como pessoas que fazem da rua sua moradia.”, diz um esclarecimento da FAS.
A Fundação ainda explica que utilizar o termo “moradores de rua”, como foi colocado na matéria, não é exatamente o correto para denominar todas as pessoas que estão pelas ruas. O correto seria usar população em situação de rua, já que a pesquisa de 2008, do Ministério do Desenvolvimento Social, faz uma distinção entre pessoas que fazem da rua sua moradia definitiva, das pessoas que estão na rua temporariamente, por razões como consumo de drogas e álcool, fuga da prisão, migração interna, etc.