Está ficando cada vez menor a chance das cerca das cem famílias que moram na beira-mar dos balneários de Pontal do Paraná, no litoral do Estado, permanecerem no local. O Patrimônio da União informou que nos próximos dias os moradores voltarão a ser notificados sobre a retirada das casas, que deve acontecer no próximo mês. Segundo a Prefeitura, já existe uma área para realocar essas pessoas.
As primeiras notificações foram entregues para parte das famílias em dezembro de 2005, dando um prazo de 15 dias para elas deixarem as casas, sob ameaça das edificações serem derrubadas. No entanto, a União decidiu esperar terminar a temporada de verão para dar seguimento à desocupação da orla. O gerente regional do Patrimônio da União no Estado do Paraná, Dinarte Antônio Vaz, explicou que o órgão queria evitar o constragimento dos turistas e veranistas que estavam no litoral.
?Esse tempo também foi importante para o convencimento daqueles que ainda estavam em dúvida sobre a necessidade de saiu ou não do local?, comentou Vaz. A retirada das famílias é necessária, segundo o gerente, porque a área pertence à União e é de uso comum de todos as pessoas, portanto, não pode ser explorada. Vaz disse que ainda está aguardando um perfil das famílias instaladas na orla, que está sendo providenciado pela Prefeitura, e que somente os pescadores receberão auxílio. ?Sabemos que existem muitos exploradores que se instalaram ali, e por isso queremos separar esse pessoal dos pescadores?, falou. A proposta da União é montar uma espécie de ?Praça do Pescador?, local que serviria de ponto comum de comércio, além de abrigo para os materiais e equipamentos de pesca.
Dúvida
O prefeito de Pontal do Paraná, Rudisney Gimenes, afirmou que já existe uma área definida para assentar as famílias. Ele não quis adiantar a localização do terreno para evitar exploração financeira, mas disse que não fica à beira-mar. Gimenes revelou apenas que as negociações estão bastante adiantadas, faltando apenas acertar questões ambientais e de infra-estrutura. Apesar de a Prefeitura não ter concluído o levantamento social dessas famílias, ele acredita que 60% são pescadores. ?Nós vamos providenciar a transferência de quem for pescador. Os demais, não podemos garantir?, falou.
Mesmo com a garantia de que os pescadores serão amparados, o presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Paraná, Edmir Manoel Ferreira, disse que está preocupado com a situação. ?Eles dizem que vão montar uma estrutura para deixar o material próximo à praia, mas durante vendavais ou tempestades ninguém vai estar próximo para cuidar dos equipamentos?, ponderou. Ferreira não consegue enxergar uma alternativa para as famílias, porém adiantou que irá levar essa discussão para uma conferência nacional do pescadores, que acontece nesse mês em Brasília. ?Quem sabe lá surja alguma alternativa, já que esse tipo de situação ocorre em todo o País?, finalizou.
