Aproximadamente 50 das 350 famílias que foram retiradas na semana passada do terreno de manancial invadido há dois meses à margem da Rodovia João Leopoldo Jacomel, no Guarituba, em Piraquara, não tinham para onde ir.
Elas foram alocadas na Escola Municipal Henrique de Souza na noite de quinta-feira (2). Na sexta, as aulas foram suspensas para que a estadia fosse organizada sem impedir os últimos dias do ano letivo.
Foi estabelecido um prazo até o meio-dia de domingo para que as famílias encontrassem um novo lar. Como não conseguiram, muito diálogo e planejamento foi necessário para que ninguém saísse prejudicado.
“À noite eles poderão ocupar duas salas para dormir, mas antes das 7h30, deverão deixar as salas organizadas para que as crianças cheguem e estudem normalmente. Os acolheremos desta maneira até que tenham um lugar para ir”, revela a secretária de Educação de Piraquara, Loireci Dalmolin.
As aulas ocorreram normalmente ontem para os 400 alunos da manhã e 450 alunos da tarde. Durante o dia, as famílias ficam na quadra coberta, que é separada do resto da escola por um muro, e podem utilizar banheiros químicos alugados pela prefeitura.
Alguns servidores atuam como vigias, reforçando a segurança em todos os horários para confortar pais que ainda têm medo de mandar os filhos para a escola.
“A única coisa da qual os alunos estão sendo privados é da quadra de esportes, o que prejudicaria a aula de Educação Física. Conversamos com a diretora da escola e com o corpo docente para replanejar estas aulas. O ano letivo não fica prejudicado”, ressalta a secretária.
Uma reunião que definiria a inclusão destas famílias em programas da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) foi desmarcada ontem e não tem previsão para acontecer.