Famílias invadem terreno particular em Araucária

Cansados de ver as casas invadidas pela água, os moradores do Jardim Arvoredo, em Araucária, resolveram tomar uma medida drástica na última quarta-feira. Invadiram um terreno público que fica próximo ao local. No entanto, foram retirados pela Guarda Municipal e também pela Polícia Militar. Resolveram então ocupar um terreno particular que fica no outro lado da rua.

Essa é a terceira invasão dos moradores. Eles reclamam que há três anos a Prefeitura prometeu transferi-los para um loteamento, mas até agora nada foi feito. Dizem que sempre que chove a água sobe e acabam perdendo tudo o que possuem dentro de casa. As famílias ficam ilhadas e as crianças acabam perdendo aula.

Além disso, as fossas transbordam e as pessoas que se arriscam na água correm o risco de pegar alguma doença. Mas além das enchentes, os moradores também sofrem com a falta de luz. A maioria tem energia devido aos ?gatos?.

Willian dos Santos disse que morava com os cinco filhos no bairro Fazendinha, em Curitiba, e pagava R$ 200 de aluguel. Como não conseguia mais arcar com a despesa teve que procurar outra solução. Gastou R$ 2 mil para comprar a casa onde vive com a família. Agora não tem como arranjar outro lugar para viver, já que como a maioria dos vizinhos, vive da coleta de material reciclável.

Maria da Silva também tem cinco filhos e diz que não agüenta mais a situação. Conta que para não perder os móveis, toda vez que chove precisa erguer tudo. Mas sempre acaba perdendo alguma coisa. ?A gente já tem pouco?, reclama.

Segundo a Prefeitura de Araucária, o Jardim Arvoredo é uma área de ocupação, que fica ao lado de outra, a 21 de Outubro. Desde 2003 vivem no local cerca de 700 famílias. Como o lugar é área de proteção ambiental, perto de uma represa, as enchentes são constantes. Existe um projeto para a construção de moradias e outros equipamentos como Restaurante Popular, Casa da Criança, aprovado pelo Ministério das Cidades no terreno público que havia sido invadido pelos moradores. São R$ 7 milhões de investimento do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e cerca de R$ 1,8 milhão do município. Há previsão do início das obras ainda para este ano, beneficiando parte desses moradores, os que vivem em situação mais crítica.

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