Até amanhã, as chuvas devem continuar em Curitiba e região, ainda que moderadamente, pela previsão do Simepar, aumentando o risco de desmoronamentos e impedindo que famílias desalojadas voltem para suas casas. Em Almirante Tamandaré, três famílias tiveram de deixar suas residências. Corpo de Bombeiros e Defesa Civil interditaram os imóveis. Curitiba e Colombo também tiveram problemas.
Na capital, os bombeiros registraram queda de árvore no Capão Raso e um muro caiu sobre uma casa no Boa Vista, mas sem grandes estragos, além de vários pontos de alagamentos. Não foram registrados problemas com o fornecimento de energia. Colombo também teve alagamentos.
Mas as histórias mais preocupantes estão em Almirante Tamandaré. Com a chuva incessante desde a madrugada até a tarde de ontem, três famílias foram retiradas de suas residências interditadas pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. As casas correm risco de desabamento.
Ameaça
No Jardim Bonfim, quase às margens da Rodovia dos Minérios, na Rua H, a família do vidraceiro João Maurício Soares foi socorrida por assistentes sociais da prefeitura de Almirante Tamandaré. A família tem um bebê de um mês e outros três filhos, com 2, 3 e 4 anos. Todos foram encaminhados para a sede do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), onde ficaram abrigados. A vizinha de João Maurício, Andréia Pomocena, também está com a casa ameaçada, mas ainda pode permanecer no imóvel. “No sábado, João Maurício tirou parte do barranco para fazer a vidraçaria e com a chuva aconteceu isso”, lamenta.
Homem escapa por pouco
No Parque São Jorge, o muro da casa da operadora de caixa Roseli de Jesus Castorini desabou, atingindo a residência da empregada doméstica Cleide dos Santos Batista. O acidente colocou em risco a vida do pedreiro Moacir Mussi Batista. “Escutamos os estalos e meu marido foi retirar o cacho de banana que estava na garagem quando veio tudo abaixo. Não sei como se salvou”, relata a mulher. Moacir também não sabe dizer como conseguiu escapar do desmoronamento que atingiu os dois carros da família, empurrando-os sobre a casa. “Parecia filme. Nunca corri tanto na minha vida. Foi um susto. Foram três estalos e tudo veio para baixo”, relembra o pedreiro Moacir.
Marcos Borges |
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Estalos antes de desmoronar. |