Famílias em áreas de risco aguardam por realocação

O jardineiro João Messias, morador do Jardim Isaura, em São José dos Pinhais, cria sozinho seis filhos e mora em uma casa de apenas cinco peças.

Ele conta que está no bairro desde quando deixou o centro da cidade, há nove anos, porque ficou desempregado e já não conseguia mais pagar o aluguel.

Messias diz que gostaria de ir para um lugar melhor, caso a Prefeitura o indenizasse. O jardineiro é apenas um dos representantes de cerca de 900 famílias de São José dos Pinhais que deverão ser retiradas de áreas de risco e relocadas.

Parte do dinheiro necessário para isso virá da Prefeitura. Outra parte será conseguida por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante virá do governo do Paraná. Somando os três montantes, serão destinados cerca de R$ 62 milhões para as melhorias em 44 jardins e bairros da periferia da cidade.

Desses R$ 62 milhões, R$ 41 milhões serão do BNDES, outros R$ 16 milhões da Prefeitura de São José e mais R$ 5 milhões do Estado. Porém, a verba foi dividida em duas partes, mas apenas R$ 1 milhão da primeira parte já chegou ao município.

O segundo montante foi acordado na semana passada entre o Ministério das Cidades e a Prefeitura de São José, porém, o dinheiro ainda não foi liberado. Os principais bairros que receberão investimentos são Borda do Campo e Guatupê.

Obras

Apesar disso, Antemar Carlos de Melo, da coordenação do projeto, batizado de Vizinhança Solidária, diz que, com o R$ 1 milhão do BNDES e os outros R$ 16 milhões de contrapartida da Prefeitura, já foi possível fazer muita coisa, como um Centro de Educação Infantil (CEI); duas escolas na localidade de Borda do Campo; pavimentação de diversas ruas; iluminação pública (que já está quase concluída) e um Centro de Promoção Humana.

Uma unidade de saúde e uma sub-prefeitura já estão sendo construídos em Borda do Campo. No bairro Guatupê, uma unidade e uma sub-prefeitura também estão em obras. ?O objetivo é melhorar a qualidade de vida de quem ganha até três salários mínimos?, diz.

As novas moradias vão demorar um pouco mais, pois o dinheiro só virá quando o projeto de engenharia estiver pronto. Segundo Melo, a Prefeitura já está realizando a licitação que deverá escolher a empresa que vai fazer este projeto. ?Estimamos que o início das obras será no final deste ano?, afirma.

A dona de casa Lúcia Lopes, porém, que mora no Jardim Isaura, não acredita que a prefeitura execute as obras. ?Faz 20 anos que ouço a mesma história?, comenta. Segundo Lúcia, a rua onde mora (a mesma de Messias) alaga cada vez que chove porque está muito próxima do rio Itaqui. As regiões que serão beneficiadas ficam entre três rios: além do Itaqui, também o Iguaçu e o Pequeno. O Jardim Isaura fica próximo à BR-277. 

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