Terminou sem solução a reunião de ontem entre a Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab), Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e representantes das famílias que moravam no Jardim Passaúna, em Campo Magro, e que foram despejadas no mês passado. O objetivo do encontro era achar um destino para essas famílias, que desde o dia 21 de maio estão vivendo em um barracão cedido pela Prefeitura de Curitiba, no bairro do Tatuquara. Elas ocupavam irregularmente uma área de preservação ambiental que foi invadida há cerca de dois anos.
O presidente da Cohab, pastor Valdemir Soares, disse que dispõe de 21 lotes no bairro do Tatuquara e que poderiam ser cedidos imediatamente para atender 21 das 59 famílias despejadas. No entanto, os representantes dos moradores não aceitaram a proposta. ?Ou sai todo mundo do barracão ou não sai ninguém?, disse Simone Cristina Ferreira de Lara, uma das representantes dos moradores.
41 famílias estão vivendo no barracão. As demais estão vivendo de favor na casa de amigos ou parentes. Simone conta que a situação no local é precária e as crianças estão sem estudar.
A diretora de projetos da Cohapar, Rosangela Curra, disse que o Estado não conta com estoque de áreas para relocar famílias. A única área disponível para abrigar todo o pessoal fica em Paranaguá. No entanto, o Ministério Público da cidade se opôs à transferência das famílias para lá. ?Todos os projetos da Cohapar funcionam em parceria. Precisamos que os municípios cedam terrenos para que estas famílias tenham onde morar?, disse.
O prefeito de Campo Magro, Rilton Boza – que também participou da reunião – disse que o município não tem áreas disponíveis que possam ser loteadas. ?70% da área do município são áreas de preservação. Os prédios da Câmara Municipal e de todas as secretarias são alugados. Temos dificuldade até para construir postos de saúde?, disse.
Soares sugeriu que seja realizada uma reunião entre todos os prefeitos dos municípios da RMC para ver quem pode dispor de áreas para abrigar os despejados. No entanto, não foi estabelecida nenhuma data ou prazo limite para que isso aconteça. ?Assumimos um compromisso de não esperar que esta reunião ocorra para começar a agir. Vamos entrar em contato com as prefeituras para tentar resolver este problema o mais rápido possível?, disse Soares.