Famílias da Vila Nova terão casa em área urbanizada

Depois de 24 anos, os moradores da Vila Nova, uma área de ocupação irregular localizada no Alto Boqueirão, vão mudar de vida. Até o final do ano, eles ficarão livres das enchentes e passarão a morar em casas de alvenaria em um loteamento regular do programa habitacional do município.

A Vila Nova é uma das 39 áreas onde a Prefeitura está desenvolvendo projetos de urbanização e reassentamento de famílias que vivem em situação de risco. O projeto global beneficiará 8,8 mil famílias, das quais 4,2 mil serão atendidas com obras de melhoria e estruturação urbana e 4,6 mil serão reassentadas.

“As famílias da Vila Nova vivem em uma situação crítica há muitos anos e com a ação da Prefeitura no local elas terão uma transformação radical em seu cotidiano, ganhando qualidade de vida”, diz o prefeito Beto Richa.

Ele lembra que a proposta de intervenção na Vila Nova surgiu em março de 2007, depois que uma chuva forte deixou a área embaixo da água e muitos moradores tiveram que deixar provisoriamente suas casas. Após uma visita na Vila, o prefeito determinou a sua inclusão nos projetos de urbanização e reassentamento que na época estavam sendo negociados com o governo federal.

A Vila Nova, hoje com 199 famílias, começou a ser ocupada em 1985. Segundo Amarildo Sidney Pinheiro da Cruz, presidente da Associação de Moradores local, a área tem carência de infra-estrutura e saneamento. 80% das casas têm ligação clandestina de água e luz e os alagamentos são freqüentes.

Segundo técnicos da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) que elaboraram o projeto de intervenção na Vila Nova, isto ocorre porque a área está localizada numa região baixa, e próxima a um ponto de estrangulamento do córrego Alto Boqueirão, um afluente do rio Iguaçu. Em função destas dificuldades, a vila não havia recebido melhorias anteriormente.

“A situação dos moradores é muito precária e, por isso, apenas três das 199 casas vão permanecer no mesmo local onde estão hoje”, diz o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche. E, de fato, o projeto de urbanização prevê uma Vila Nova totalmente reformulada. Para executar a obra, a Prefeitura desapropriou o terreno da ocupação e reservou ainda duas outras áreas para fazer o reassentamento de parte das famílias que não poderão permanecer na vila. O terreno desapropriado (a atual Vila Nova) comporta apenas 75 casas e, por isso, 124 famílias serão transferidas para outros locais.

Para isso, estão em execução 89 casas no empreendimento Moradias Nilo, localizado ao lado da Vila Nova, e há mais 35 unidades em construção no Moradias Jandaia (também situado nas proximidades). A previsão é que o reassentamento comece nos próximos 30 dias, com a transferência de 54 famílias.

A medida que as famílias forem se transferindo para o Moradias Jandaia e para o Moradias Nilo serão feitas as obras de infra-estrutura e construção de casas na Vila Nova. Para melhorar a condição das famílias que permecerão no local, o terreno receberá uma cota extra de aterro e implantação das redes de água, energia elétrica, drenagem, coleta e tratamento de esgoto.

Além disso, será corrigido o estrangulamento do córrego Alto Boqueirão, que fica numa ponte da linha férrea variante Engenheiro Bley, que passa nas imediações. O projeto preserva a faixa que margeia o córrego e prevê a recuperação dos danos causados pela ocupação indevida desta margem, com o plantio de árvores para recomposição da vegetação.

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