Famílias que estavam inscritas no cadastro da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) e foram convocadas para oferta de unidades estão escolhendo esta semana os apartamentos onde irão morar no bairro Cachoeira. Elas já haviam entregue documentação e foram aprovadas pela Caixa Econômica Federal para inclusão no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A escolha de unidades é a última etapa antes da assinatura de contrato de financiamento.
O empreendimento destinado a essas famílias é o Residencial Santa Sofia, um condomínio formado por 13 blocos de apartamentos, com um total de 208 unidades. A venda dos apartamentos está sendo feita ainda na fase de projeto, ou na planta, como ocorre com os empreendimentos da chamada faixa 2 do MCMV. Nesta modalidade de atendimento do programa, é necessária a identificação prévia da demanda antes da contratação de recursos para as obras. A previsão é que o investimento na construção alcance R$ 20,5 milhões, com recursos originários do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
A faixa 2 do Minha Casa, Minha Vida atende famílias com renda entre R$ 1.601 e R$ 3.275. Elas contarão com subsídio para aquisição das unidades. Na prática, haverá um desconto que poderá chegar a R$ 17,9 mil, aplicado sobre o valor total do apartamento (R$ 99 mil). O desconto varia em função da renda de cada família, sendo maior para quem está mais próximo da renda mínima (R$ 1.601) e menor para quem se aproxima do teto (R$ 3.275). Nesse caso, o abatimento é de R$ 2.113.
Verde
Para escolha das unidades, a Cohab convoca as famílias previamente aprovadas pela Caixa Econômica Federal. Elas são chamadas individualmente, pela ordem de inscrição (começando pelos mais antigos), para fazer a sua opção. Os contemplados nesse empreendimento têm inscrições efetuadas entre janeiro e agosto de 2009 e entre agosto e outubro de 2011.
Rodrigo Ferraz Borsatto estava entre os inscritos mais antigos e, por isso, pode escolher um apartamento com um componente que considera essencial: a paisagem. Ele optou por uma unidade em que a vista das janelas é uma área de preservação ambiental localizada nos fundos do futuro condomínio.
Nascido e criado na Barreirinha, ele diz que está acostumado com a paisagem verde que é comum na região norte da cidade. “Conheço bem esta área de Curitiba e acho que, embora tenha crescido nos últimos anos, ainda conserva muitos bosques. Como a área que faz fundos com o residencial é de preservação, sei que terei para sempre muitas árvores para apreciar da minha janela”.
Aos 35 anos, Rodrigo trabalha como auxiliar de contabilidade e está fazendo faculdade à noite. Ele ainda mora com os pais, mas, com o imóvel próprio poderá incluir em seus planos futuros o casamento. “Faltava a casa”, diz ele.
Ligia Maria do Nascimento teve outra preocupação ao escolher o apartamento. Ele tinha preferência por uma unidade na entrada do condomínio e, verificando as condições de insolação, optou pelo sol da manhã, que tornará o apartamento mais acolhedor nos meses mais frios. Ela, que trabalha como cuidador de idoso, irá morar no residencial com o filho Felipe, de 18 anos.
Hoje, Ligia gasta R$ 600 mensais com aluguel, despesa que será reduzida depois que ela se mudar. A previsão é que a prestação mensal do financiamento fique num valor abaixo e, por isso, ela disse que a expectativa para a mudança começa desde já. “Esperava há muito tempo pela casa própria. Ninguém quer passar a vida toda pagando aluguel. Valeu a pena ter esperado porque terei um apartamento bem localizado e com conforto”, falou.
Parceria
O Residencial Santa Sofia é resultado de parceria entre a Cohab e a Caixa Econômica Federal. Localizado na rua Howell Lewis Fry, 339, o condomínio ocupará um terreno de 27,5 mil metros quadrados e será formado por 13 blocos de quatro pavimentos com 16 apart,amentos de dois quartos cada um. Na área comum, está prevista a construção de salão de festas e de um parquinho infantil. Uma área de bosque no interior do lote será preservada. O empreendimento inclui também a reserva de uma área de 2,3 mil metros quadrados para a construção futura de equipamento comunitário para o bairro.