Não bastasse a dor de ter um parente morto num acidente de trânsito, familiares do eletricista aposentado Leocádio Portela, 64 anos, ainda tiveram que passar cinco horas à beira da rodovia “velando” o corpo, até que o Instituto Médico Legal (IML) recolhesse o cadáver.
Leocádio foi atropelado no quilômetro 148 da BR-476 (Rodovia do Xisto), às 16h de sexta-feira. Segundo o pintor Marcos André da Silva, genro da vítima, Leocádio atravessava a rodovia e foi atropelado por um caminhão. O corpo foi arremessado para a outra pista, onde foi atingido por um carro. O caminhoneiro fugiu.
O outro motorista parou pra prestar o socorro, mas foi preso porque não tinha carteira de habilitação.
Velório
Após a perícia no local, o cadáver foi colocado no canto da rodovia, pra liberar o trânsito e não provocar mais tragédias.
Marcos relata que o IML só chegou pra recolher o corpo pouco depois das 21h, mais de cinco horas após o acidente.
Como outra colisão ocorreu ali próximo, a Polícia Rodoviária Federal teve que sair e a família ficou sozinha na beira da rodovia, sem a presença da autoridade policial, somente com alguns cones sinalizando o canto da estrada.
Paciência
O cadáver só chegou ao necrotério próximo da meia-noite. Como não são feitos exames de necropsia na madrugada, a família de Leocádio teve que esperar pelo exame de manhã, e o corpo só foi liberado às 14h de sábado.
Marcos disse que reclamou da demora aos funcionários do IML e cobrou explicações.
Os plantonistas do órgão público também se revoltaram com a demora e atribuíram a demora a alguma falha de comunicação.