Mais de 700 integrantes da família Malucelli estarão reunidos hoje em Curitiba, no Restaurante Madalosso (Santa Felicidade), para uma confraternização anual. O evento, porém, não será apenas um almoço com muita conversa e boas recordações. Eles foram convocados a levar documentos, objetos e móveis ligados à história da família. Todo o material recebido vai originar uma casa de memória do clã, em um casarão em Morretes, onde Giovanni e Margherita se instalaram no Brasil depois de saírem da Itália. Estima-se que mais de 3 mil pessoas façam parte da família Malucelli.
O presidente da Fundação Giovanni Malucelli (criada em 1992 para resgatar a história da família), Antonio Vendrami Malucelli, conta que os primeiros integrantes chegaram no ano de 1877 em Morretes, onde compraram uma grande área para o plantio de cana de açúcar. Ao longo do tempo, dois casarões foram construídos para abrigar a imensa família que se formou na nova terra. Eles prosperaram e decidiram vender as terras para se estabelecerem na capital.
Em 1990, parte da família resolveu resgatar a história dos Malucelli ao tentar reaver segmentos da área que pertencia aos imigrantes. As terras estavam sob responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que assumiu o local quando os antigos proprietários (que compraram dos Malucelli) deixaram de pagar impostos. “Entramos em acordo com o Incra e eles nos cederam parte da planta original, desde que usássemos para atividades filantrópicas”, conta Antonio.
Desde então, a fundação tem trabalhado para cumprir dois propósitos: o do Incra e o da família em resgatar a história. Como primeiro passo, foram restaurados os dois casarões – encontrados em avançado estado de abandono -, cujas obras terminaram em 2000. Nesses últimos quatro anos, a fundação firmou convênio com a Pastoral da Criança, que utiliza uma das edificações como espaço para pesagem de crianças da cidade e orientações nutricionais. Em 2003, a entidade fez um acordo com a Secretaria de Cultura e Esportes de Morretes para dar outros destinos à área. “A longo prazo, vamos transformar um dos casarões em pousada e casa de memória. No outro, haverá atividades e cursos direcionados para a vocação e identidade de Morretes”, afirma o presidente da fundação. Ele revela que a intenção é dar qualificação profissional às pessoas que moram na cidade: “Com isso, haverá maior renda familiar, o que aumenta a qualidade de vida”. Outro projeto é abrigar uma horta para as atividades práticas de cursos de agricultura familiar para produtores da região.
O encontro de hoje também tem como objetivo arrecadar fundos entre os próprios integrantes para a aplicação dos projetos. Maiores informações no telefone (41) 222-9074 ou 3026-8866.
