A desestruturação familiar é o fator que mais leva os jovens para o caminho das drogas. Quem garante é o professor Cornélio Schwambach, do Colégio Bom Jesus, que falou sobre o assunto para educadores num encontro nacional, ontem em Curitiba. Este foi o resultado de uma pesquisa feita por ele para a sua tese de mestrado, em 2001. Para Cornélio a escola tem um papel muito importante para mudar este quadro, já que a família não está conseguindo cumprir sua parte.
Cornélio ensina que a prevenção deve fazer parte da dinâmica escolar e os professores devem conhecer as causas que levam o jovem para este caminho. A principal delas são os problemas familiares. O educador verificou que mais de 50% dos alunos pesquisados apontaram que a instabilidade em casa foi fator que o levou até as drogas. “A ausência dos pais, pais separados cria no adolescente a sensação de vazio. A droga compensa a carência afetiva”, exemplifica.
Deste modo é difícil eliminar o problema, já que o professor considera complicado trabalhar com os pais. “Eles não tem interesse, não vão até a escola”, comenta. Por outro lado a escola pode trabalhar com os alunos, passando noções de valores e o professor é o principal espelho. “O ato de usar drogas é um aprendizado e as experiências que o aluno viveu não se apagam, cabe ao professor e a escola mostrar um novo caminho”, afirma.
Outro fator que também faz o jovem usar entorpecentes é a curiosidade. Neste caso, 20% não conseguem abandonar o vício e tornam-se dependentes. Os amigos também influenciam no consumo. Mas, de acordo com o educador, neste ponto a família pode ter controle, já que a educação ajuda os jovens a ter discernimento para escolher as companhias. O ambiente em que se vive, perto do tráfico, também pode levar o jovem para este caminho.