O drama de João Vitor Pereira Pontes, 6 anos, que sofre de uma doença rara que faz a temperatura do corpo se elevar até 40ºC por causa da atrofia das glândulas sudoríparas (que produzem suor), contado por O Estado no último dia 14, gerou diversas manifestações de solidariedade. O menino e sua mãe, Mariluci Pontes, já conseguiram medicamentos e até financiamento para pagar aluguel de um apartamento próximo ao Hospital das Clínicas (HC), onde João Vitor recebe tratamento. No entanto, além dos donativos, Mariluci também está sofrendo com o assédio de pessoas mal-intencionadas.
?Estávamos com muita dificuldade para pagar o aluguel porque não tínhamos fiador. Mas, por meio de uma entidade que está nos ajudando e que vai colaborar com o valor do aluguel, eles facilitaram e ainda esta semana devemos começar a mudança?, comemorou Mariluci. A mãe de João Vitor, que vendeu o que tinha para vir da cidade de Guamaré, no Rio Grande do Norte, para tratar do menino em Curitiba, contou que desde que a história do seu filho se tornou pública recebeu diversos donativos, como brinquedos e móveis. ?Eles deixaram o telefone para irmos buscar quando nos mudarmos?, contou.
João Vitor também foi ?apadrinhado? por um empresário que prefere ficar no anonimato. Essa pessoa se responsabilizou por toda a medicação do garoto e vai tentar conseguir um emprego para o pai no menino, que ainda está no Rio Grande do Norte. Mariluci se mostra agradecida por toda ajuda e visitas que o menino está recebendo. Porém, chora quando lembra dos trotes que recebe. ?Algumas pessoas ligam falando palavrões. Ontem ligaram duas pessoas falando que a gente não precisava mais de ajuda porque um milionário iria pagar tudo. Isso não é verdade?, reclamou. Com as doações em dinheiro, Mariluci conseguiu quitar uma dívida de cerca de R$ 2 mil e o seu extrato, que ela faz questão de mostrar, não revela um valor alto.
João Vitor nasceu com uma síndrome rara chamada displasia ectodérmica hipodrótica, que não tem cura. Como ele precisa manter a temperatura do corpo baixa, ele depende de uma banheira com água fria, compressas geladas, creme hidratante e muitos remédios para sobrevir. Além disso, ele tem a imunidade baixa. João Vitor não sua, não produz saliva e lágrimas, não tem mucosa e sua pele é despigmentada. Os dentes também não nasceram e por isso a alimentação é quase toda pastosa. Hoje eles moram em um pequeno quarto em um pensionato em frente ao HC. O próprio menino avisa a mãe quando sente calor e precisa ir para a água.
Serviço:
Quem quiser ajudar João Vitor pode entrar em contato pelo telefone (41) 9961-7158.