O advogado da família do estudante João César Eugênio de Boscoli Rios, que morreu após a queda da marquise de um anfiteatro da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em fevereiro do ano passado, ajuizou uma ação por danos morais contra o governo do Estado e contra a universidade.
A família pede indenização, pensão vitalícia para os pais, lucro cessante (salário que o estudante receberia caso pudesse exercer a profissão) e que a UEL seja obrigada a fazer e apresentar inspeções bimestrais das suas instalações físicas.
Segundo o advogado João Fernando de Alvarenga Reis, que representa a família, a ação não pede valores específicos. ?Deixamos a critério do juiz decidir?, explicou.
O único cálculo feito pelo advogado é sobre o lucro cessante, que seria o valor médio de um salário de biólogo (profissão que João César pretendia seguir após concluir os estudos) multiplicado pela expectativa de vida do rapaz, que morreu aos 21 anos. A demora para entrar com a ação, explicou Reis, se deu porque o laudo do Instituto de Criminalística (IC) sobre o acidente demorou para ficar pronto.
O laudo do IC apontou responsabilidade do projetista do anfiteatro, da construtora e da instituição de Londrina, por falha na manutenção. Segundo Reis, o laudo é a prova necessária para embasar a ação. ?É a primeira ação civil movida neste caso. Mas o inquérito sobre o caso ainda não terminou porque ainda é preciso ouvir algumas testemunhas?, explicou.
Por enquanto a UEL informou que não vai se pronunciar sobre a ação. A reportagem de O Estado também não conseguiu nenhuma informação na Procuradoria Geral do Estado (PGE) sobre o assunto.
O estudante era de Araxá (MG) e estudava na Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. O desabamento aconteceu no momento em que muitos estudantes faziam credenciamento e pegavam material para a palestra que iam assistir embaixo da marquise. João César morreu na hora. A estudante Amanda Lucas Gimeno, de 22 anos, chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. O anfiteatro permanece interditado.