Pais de alunos da escola estadual Eleutério F. de Andrade, de Quitandinha, Região Metropolitana de Curitiba, estão indignados com o número insuficiente de livros didáticos disponibilizados para os filhos. As crianças teriam acesso aos títulos somente dentro da escola, sem poder levá-los para casa, o que estaria prejudicando os estudantes fora dos horários de aula.
Um dos pais, que prefere não se identificar, conta que o filho, matriculado no ensino fundamental, fica sem alternativas para retomar o conteúdo em casa quando não dá conta de escrever o que os professores registram no quadro-negro. ?Em vez de ter o livro para apoio, ele tem de passar a aula inteira copiando matéria e, muitas vezes, ir fora do horário de aula à biblioteca para conseguir estudar.? A opção, entretanto, não se estende a todos os alunos, já que muitos moram na área rural, a até vinte quilômetros da escola.
Segundo ele, a justificativa dada pela direção do colégio para a falta do material é que não há exemplares suficientes para que todos os alunos possam levá-los para casa. É que, como esse é o último dos três anos de uso estipulados pelo Ministério da Educação (MEC) para cada leva de livros distribuída entre as escolas, alegam-se algumas baixas registradas em função do uso ou da não devolução por parte dos alunos dos anos anteriores. ?Só que o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD, do MEC) estabelece que todos os alunos devem receber os livros. Se as escolas se programam mal e não conseguem suprir o número adequado, não podemos pagar por isso?, reclama o pai.
Segundo o site do MEC, cada escola deve ter um livro por aluno, mas fica a cargo da direção disponibilizar ou não o material para ser levado para casa. O assistente do núcleo de educação área sul da Secretaria de Estado da Educação (Seed), José Marcelino de Souza, alega que seria este o caso vivenciado na escola Eleutério F. De Andrade, uma das sete da rede estadual do município. Diferentemente do que foi dito ao pai, ele sustenta que não faltam livros. ?É uma sistemática adotada pela escola para evitar que os alunos levem todos os dias um monte de livros para casa?, diz. ?Mas a direção tem notado complicações e, se houver mais problemas, pode passar a disponibilizar o material?, ressalva, defendendo que o procedimento da escola não é o recomendado pelo núcleo. A direção da escola se negou a dar esclarecimentos caso fosse identificada pela reportagem.