Moradores de dois bairros de Imbituva, município da região dos Campos Gerais, estão sofrendo com a falta de energia elétrica e de acesso à rede de esgoto. O problema ocorre nas localidades de Travessa Tiradentes e Miraluz, perto da entrada da cidade. Há anos, os moradores tentam uma solução. Habitantes do bairro Cabral também não possuem rede de esgoto e existem casos de dejetos que ficam à céu aberto. Os moradores tiveram nesta semana uma reunião com o promotor da cidade, Eduardo Vieira, para tratar sobre o assunto.
Eles protocolaram um pedido na promotoria para análise da situação nas três localidades. “Existem pessoas que estão esperando luz há 12, 20 anos. São dezenas de famílias sem luz. Hoje, ter água e luz não é chique. É questão de qualidade de vida, de necessidade”, comenta o padre Leocário Zytkowski, que foi procurado pela comunidade para articular a procura por uma solução. Foi ele quem contatou o promotor do município.
O padre disse que as regiões de Travessa Tiradentes e Miraluz ficam perto da rodoviária de Imbituva, perto da entrada da cidade e praticamente no centro do município. Por isso não entendia como os moradores estão há tanto tempo sem os serviços. Agora, os afetados pelo problema aguardam um posicionamento do promotor, que, segundo Zytkowski, ficou de dar uma resposta o mais breve possível e notificar os responsáveis.
Uma das áreas, a de Travessa Tiradentes, não está regularizada. Isto dificulta o acesso aos serviços públicos. “Nós estamos pedindo de solidariedade. São pessoas muito humildes e muitas estão doentes. Existe lei, mas a situação é complicada”, ressalta o padre. A Companhia Paranaense de Energia (Copel) divulgou, por meio de assessoria de imprensa, que as áreas de Travessa Tiradentes e Miraluz são de ocupações irregulares e por isto a empresa não pode instalar energia elétrica nestes locais. De acordo com a Copel, primeiramente, a prefeitura da cidade precisaria realocar os moradores ou regularizar as áreas. Somente após isto a Copel poderia fazer o projeto, a instalação e a ligação de energia elétrica.
A assessoria de imprensa da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informou que a Vila Cabral possui uma rede coletora de esgoto que foi executada pela prefeitura em parceria com a Sanepar. Entretanto, o uso desta rede não foi autorizado. Ela faz parte de uma bacia hidrográfica que requer a construção de uma estação de tratamento de esgoto. A obra deve ser realizada no ano que vem e tem o custo de R$ 2,7 milhões.
A Sanepar pede para que os moradores não façam ligações nesta rede. Enquanto a obra não sai, a empresa vai fazer esgotamento periódico do local. A Sanepar também orienta os moradores a encontrar soluções individuais neste período, como fossas sépticas e sumidouros. Na localidade de Miraluz, onde também haveria problemas de esgoto, equipes da Sanepar foram no endereço indicado pelos moradores e encontrou somente uma galeria de águas pluviais.