O incêndio que destruiu um prédio na Avenida Sete de Setembro, na semana passada, em Curitiba, demonstrou a fragilidade com que o Corpo de Bombeiros da capital tem em relação a equipamentos de combate ao fogo. Para atender Curitiba e a região metropolitana, os bombeiros contam apenas com um caminhão escada mecânica (conhecido como Magyrus) e o único auto-lançador aéreo, com mais de 20 anos de uso, não está funcionando. Para efeitos de comparação, a cidade de São Paulo conta com sete escadas mecânicas e oito auto-lançadores.
De acordo com o tenente-coronel e comandante do primeiro grupamento de Curitiba, Luiz Henrique Pombo, os veículos são caros, em especial o auto-lançador aéreo. Todavia, eles são fundamentais no combate ao fogo. “Nós abrimos uma licitação para compra de três auto-lançadores aéreos, mas por conta de entraves burocráticos e de que a empresa que perdeu recorreu, isso ainda vai demorar para acontecer. O tempo joga contra a gente”, revela.
No grande incêndio da semana passada, o tenente-coronel confessa que o auto-lançador aéreo fez falta nos trabalhos. “Nós usamos o auto-escada mecânica, mas ele não é ideal para esta situação, sendo mais utilizado para salvamentos. O outro equipamento é todo preparado para este trabalho, tem mais mobilidade e a água pode chegar até 60 metros de altura”, informa. Questionado sobre quando Curitiba irá contar com o auto-lançador, o coronel foi enfático. “Por causa desta burocracia, se tudo der certo teremos este caminhão daqui a um ano. Só que não podemos simplesmente esperar. A saída encontrada será de dar um upgrade no caminhão antigo e ir usando neste ínterim. Não é o ideal, mas diante desta situação é a melhor opção. Não queremos que aconteça de alguém morrer por causa da falta de equipamento dos bombeiros”, avalia.
Para Pombo, por se tratar de um equipamento de segurança pública deveria ter uma licitação menos complicada. “Estes entraves não ajudam em nada a gente. Poderiam dar um tratamento diferenciado para aquisição destes equipamentos. Só não podemos ficar sem ele”, encerra.