A pequena quantidade de banheiros públicos é um problema no centro de Curitiba. É comum que, em momentos de necessidades, as pessoas tenham que andar bastante para encontrar um sanitário municipal ou precisem pedir licença para usar o banheiro de estabelecimentos comerciais.

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"Na Praça Osório existe um banheiro público que é muito bem cuidado, mas insuficiente para atender toda a população que diariamente passa pelas proximidades do local", afirma o empresário Luiz Marcondes do Nascimento. "Eu mesmo, em diversos outros pontos do centro, já me bati bastante devido à falta de banheiros."

A vendedora ambulante Laudelina Cruzeta trabalha na Praça Dezenove de Dezembro – mais conhecida como Praça do Homem Nu. No local, não existe banheiro público e, quando ela necessita de um, precisa se deslocar até o Passeio Público, deixando suas mercadorias aos cuidados de outros vendedores. "O maior problema acontece nas segundas-feiras, quando o Passeio está fechado. Então, tenho que pedir para usar o banheiro em lanchonetes próximas. Os proprietários dos estabelecimentos não gostam e eu acabo me sentindo mal. Na maioria das vezes, compro alguma coisa, mesmo sem precisar, só para não me sentir tão envergonhada em pedir para usar o banheiro", conta.

Na Praça Tiradentes, o problema acontece principalmente à noite. Durante o dia, as pessoas que se encontram no local costumam se dirigir a um banheiro localizado na Praça Generoso Marques, que fica ao lado. Porém, à noite o banheiro fica fechado e acaba não havendo opção. "Fico parado no ponto de táxi da praça das 18h às 10h do dia seguinte. Às 22h, o banheiro é fechado e já não existem mais estabelecimentos comerciais em funcionamento. O jeito é utilizar as árvores", diz o taxista Emilson Taborda (Gibão), mais conhecido por ser o rei Momo no Carnaval da cidade.

Prefeitura

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Segundo o administrador regional da matriz de Curitiba, Omar Akel, nessas primeiras semanas da atual gestão municipal foram realizadas reuniões com representantes de diversos segmentos da sociedade, para levantar as principais necessidades da região central. O primeiro problema encontrado diz respeito a calçadas (como pisos irregulares e mobiliário público em locais inadequados), mas questões relativas a banheiros também foram abordadas.

"Constatou-se que muitos locais estavam servindo de mictório público, o que indica a falta de banheiros", declara. "Vamos criar uma comissão para discutir a questão e encontrar soluções, como construção de novos banheiros, ampliação de horários de funcionamento ou criação de parcerias com estabelecimentos comerciais para que estes possam realizar a cobrança do uso de seus banheiros."

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No centro da cidade, existe uma instalação sanitária na Praça Osório, duas na Rua da Cidadania da Matriz, doze na Rodoferroviária, duas no Terminal do Guadalupe, duas na Rua 24 Horas e uma nas Arcadas do Pelourinho. Na Rodoferroviária é cobrada taxa de R$ 0,50 para uso do banheiro. Nos demais locais, R$ 0,30. Em todos os lugares, de acordo com a Prefeitura, os banheiros têm estrutura para deficientes físicos.