Foto: Fábio Matavelli/Diário dos Campos

Até ontem, professores e funcionários já tinham percorrido cerca de 70 quilômetros.

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Os professores e funcionários da rede estadual de ensino completaram ontem, o terceiro dia da Marcha pela Educação. Até agora, andaram cerca de 70 quilômetros e faltam outros 30 para vencer a distância entre Ponta Grossa e Curitiba. Eles querem chamar a atenção da sociedade e sensibilizar os deputados para aprovarem os projetos de lei que serão votados na terça-feira, na Assembléia Legislativa (AL), e garantem isonomia salarial para os professores e criação do plano de carreira dos funcionários.

Há três dias a rotina dos professores e funcionários se resume a caminhar. Eles dormem em barracas e às 7h30 já estão em marcha. A parada para o almoço acontece por volta das 12h30 e o retorno para a estrada às 14h. Mas o descanso só vem no final da tarde. A professora Élide Bueno, que ajudou na organização da marcha, diz que a caminhada não está sendo fácil. Os professores não costumam fazer atividade física e o esforço para vencer os 100 quilômetros é grande. Algumas pessoas já estão até com bolhas no pés. "Além do tênis, pedimos que levem chinelo para que possam continuar", conta.

Mesmo sendo difícil vencer o percurso, os docentes acham que o esforço não é tão grande se comparado ao dia a dia em sala de aula. "Tem que ter muita força de vontade para dar aula numa sala lotada, com alunos de todas as classes, com todo tipo de problema. Perto disso, caminhar é pouco", ressalta. Ontem, os professores passaram a noite na praça de pedágio de São Luiz do Purunã. Hoje chegam à periferia de Campo Largo, param para o almoço e para acompanhar o jogo da seleção brasileira contra a Austrália. A tarde será de confraternização. Amanhã fazem um ato público no Monumento Antônio Tavares, na BR-277, sentido Curitiba-Campo Largo.

O fim da jornada está previsto para terça-feira pela manhã, na Praça Tiradentes, em Curitiba. De lá seguem para o Palácio Iguaçu, onde tentam uma audiência com o governo. À tarde, acompanham a votação dos dois projetos na AL. Segundo Élide, os outros servidores do Estado com curso superior ganham o dobro do que os professores recebem. "É uma questão de justiça", reforça.

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