Devido a constantes reclamações de associados em relação às condições da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga Curitiba a São Paulo, o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga no Paraná (Setcepar) decidiu partir para a ação. Esta semana, a instituição enviou ao Ministério Público Federal um dossiê contendo os principais problemas da estrada. O perigo e a lentidão em alguns trechos, que causam nem só atrasos em entregas, mas principalmente acidentes, são as principais queixas.

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“As condições da Régis Bittencourt estão abaixo do desejado, inaceitáveis numa rodovia pedagiada”, diz o presidente do Setcepar, Fernando Klein Nunes. De acordo com ele, o trecho entre as capitais paranaense e paulista, que tem cerca de 400 quilômetros, tem problemas de pavimentação, sinalização e segurança.

O ponto mais crítico, segundo Nunes, está no trecho de aproximadamente 30 quilômetros que corta a Serra do Cafezal, que ainda é de pista única. “É absurdo, inconcebível, pelo movimento da estrada, que esse trecho não seja duplicado. É totalmente inseguro e tem acidentes quase diários”, reclama. Conforme o presidente do Setcepar, o estresse dos motoristas que rodam frequentemente pela rodovia costuma ser intenso.

Nunes diz que o Setcepar não tem como calcular os prejuízos gerados pelas más condições da rodovia, mas afirma que, financeiramente, as perdas mais significativas são as que decorrem dos atrasos nas entregas. A falta de duplicação na Serra do Cafezal não é o único problema que incomoda os transportadores. O dossiê, elaborado por uma equipe do Setcepar, que percorreu a rodovia anotando e registrando os problemas em fotos, aponta, também, más condições em cabeceiras de pontes, entre outras questões. A Autopista Régis Bittencourt foi contatada pela reportagem, mas informou desconhecer o relatório do Setcepar e que, por este motivo, não irá comentar as reclamações. O contrato de concessão para administração da rodovia foi assinado em fevereiro de 2008, tem vigência de 25 anos e prevê investimentos de R$ 3,8 bilhão. Uma das obras previstas no contrato é justamente a duplicação dos 30,5 quilômetros de pista na Serra do Cafezal.

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A tarifa básica do pedágio no trecho está em R$ 1,50, e aumenta conforme o tipo de veículo e o número de eixos. Como são seis os postos de cobrança em toda a rodovia, o valor mínimo gasto na viagem, em tarifas, é de R$ 9 mesmo valor da tarifa mais cara, cobrada para caminhões com reboque e seis eixos. Os preços não foram alterados no primeiro aniversário do pedágio, apesar de haver previsão em contrato.

De acordo com a empresa, o volume de tráfego mais alto é nas proximidades das grandes cidades. Perto de São Paulo, o tráfego médio diário é superior a 20 mil veículos. Segundo a empresa, a maior parcela do tráfego atual é de ônibus e caminhões, que representam cerca de 70% do movimento total da rodovia.

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