O demorado envio do Tamiflu, medicamento para tratar pacientes com o vírus da gripe A (H1N1), a gripe suína, está sendo criticado por hospitais de Curitiba, como o Hospital de Clínicas (HC) e o Hospital Santa Cruz.

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De acordo com especialistas, a eficácia máxima do medicamento ocorre nas primeiras 48 horas em que a doença se manifesta. “Para quebrar a transmissão e o agravamento da doença, o ideal era que tivesse remédio para todos os pacientes com sintomas”, defende a diretora-geral do HC, Heda Amarante.

Nova crítica vem de hospitais particulares, que reclamam da “dupla consulta” do paciente. “Só recebemos o Tamiflu após avaliação de um médico do sistema público de saúde, ou seja, o paciente é consultado duas vezes. Hospital tem que ter medicação à disposição”, reivindicou o presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Cruz, Nelson Szpeiter.

Seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde concentra a distribuição do antiviral e alerta que o uso indiscriminado do Tamiflu pode tornar o novo vírus resistente ao medicamento.

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Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério, Eduardo Hage, o número de países que apresentam resistência ao novo vírus em relação ao Tamiflu tem aumentado, como Hong Kong, Japão, Dinamarca e Canadá. Amarante não concorda com a justificativa. “A mutação não acontece em um curto espaço de tempo”, diz.

Hoje, protocolo do Ministério orienta que apenas pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas desde o início dos sintomas e aquelas com maior risco de apresentar quadro clínico grave sejam medicadas com o Tamiflu.

Atendimento

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Desde a última sexta-feira, o HC não está atendendo o público no seu pronto-atendimento, fechado por conta da estrutura criada para atender pacientes da gripe suína.

Quem estiver com sintomas de gripe deve procurar um dos oito centros de urgência da prefeitura pela cidade. Só serão encaminhados ao HC os casos mais graves que passarem pela triagem inicial e precisarem de internamento.

Até ontem à tarde, oito pacientes de gripe suína já haviam sido transferidos para o HC, que tem 14 leitos de UTI e 15 semi-intensivos para receber os doentes da nova gripe.

“Nossa estrutura é boa, mas vai depender do número de casos que aparecer. Se exceder a capacidade, vamos precisar de mais pessoal e equipamentos”, avisa a diretora-geral do HC.

Hoje é possível internar até 20 adultos simultaneamente nos leitos de UTI, que precisam de respirador, monitores e equipamentos de proteção individual, como aventais, máscaras e géis de higienização. Se necessário, com o deslocamento de equipamentos do hospital, é possível atender, no máximo, 30 pessoas.