Estão faltando alguns medicamentos utilizados no tratamento de quimioterapia do Hospital de Clínicas (HC). Segundo a direção do hospital, é necessário comprar cinco remédios para normalizar o atendimento aos pacientes com câncer. O pedido, em caráter de urgência, já foi feito para suprir a demanda. Quatro tipos de medicamento devem chegar até amanhã. A compra de um remédio em específico ainda depende da renovação de documentos do laboratório com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
O diretor-geral do HC em exercício, Celso Ribeiro de Araújo, defende-se, afirmando que os pacientes não foram prejudicados pela falta dos remédios. Por outro lado, ele alerta dizendo ao mesmo tempo que sempre há prejuízo. Isso porque o HC faz, em média, 4 mil doses quimioterápicas por mês, e, a maioria dessas aplicações foi adiada. Somente vinte doentes em estado crítico receberam a dose estipulada. “Pegamos a droga emprestada do Hospital Erasto Gaetner”, conta o diretor. “Isto acontece em várias situações e nós também emprestamos a eles”.
O diretor explica que o problema começou com o atraso no repasse de verbas no mês de dezembro. “Isso impediu a realização de algumas compras e ainda coincidiu com as férias coletivas nos laboratórios e no aumento da demanda”. Ele conta que a data do recebimento vem oscilando desde o ano passado. “Estávamos acostumados a receber no 5.º dia útil. Mas, teve mês que recebemos no 20.º dia útil”, revela o diretor. O orçamento mensal do HC é de quase R$ 4 milhões. Metade desse valor é destinado ao pagamento de funcionários.
Segundo a direção, mesmo com a falta dos remédios, o HC não pode comprar mais do que o necessário. “Não dá para fazer grandes estoques com um planejamento muito estreito”, comenta Araújo. O número de aquisições é baseado em médias históricas de uso e ocupação do hospital.
Ele ressalta a dificuldade de trabalhar com um orçamento pequeno. “Se você me perguntar se o hospital tem todos os remédios agora, eu, com certeza, vou responder que não”, afirma Araújo. Ele ainda destaca que o medicamento com alto custo, também é problema para a instituição. “Um outro diretor dizia que um paciente pode morrer no HC pela falta de um remédio caro, mas nunca pela falta de um comum”, lembra Araújo. Os cinco remédios que estão faltando foram considerados de alto valor por Araújo.