Foto: Walter Alves/O Estado

CB apontou falha humana como causa do incêndio em janeiro.

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Os servidores da Prefeitura de Curitiba que trabalham no Edifício Delta, na Avenida João Gualberto, estão preocupados com a segurança do local. Este ano já houve dois princípios de incêndio e as panes no sistema elétrico têm sido constantes. Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Marilena Silva, os problemas vem ocorrendo devido à grande quantidade de equipamentos eletrônicos no local, que abriga oito secretarias.

Segundo Marilena, no edifício trabalham cerca de três mil servidores e há alguns escritórios particulares. Para ela, o sistema elétrico não vem suportando a demanda de energia. Ela conta que em janeiro houve um princípio de incêndio no subsolo, onde ficam guardados materiais de higiene e limpeza. Foi por volta das 7h e não havia muita gente no prédio. O outro ocorreu na madrugada da última quarta-feira, à 1h30, no setor onde funciona o xerox da Secretaria Municipal de Educação. Marilena tem medo de que os princípios de incêndio sejam resultado da sobrecarga do sistema elétrico. ?Os servidores estão apavorados. Têm medo de que aconteça alguma tragédia. Queremos que seja apresentando o mapa de risco de todos os espaços da Prefeitura, onde aparece o perfil, condições de uso e de risco?, diz.

Além dos dois incidentes, a queda freqüente de energia também preocupa. Só em maio foram duas, a última na segunda-feira. ?As panes já são indício de que algo está errado?, pondera a sindicalista. Ela reclama que o sindicato ainda não teve acesso ao laudo do Corpo de Bombeiros sobre as causas do princípio de incêndio em janeiro. Desde o mês passado, o sindicato vem se reunindo com a Prefeitura para discutir a situação de segurança e da saúde dos trabalhadores.

O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba, Loureço Fregonese, reconhece que existem problemas elétricos no Delta. No entanto, diz que o laudo do Corpo de Bombeiros sobre o primeiro incêndio mostrou que houve falha humana. Uma lâmpada foi esquecida acesa perto dos rolos de papel higiênico e papéis toalhas. Já as causas do último principio de incêndio ainda estão sendo investigadas. Segundo ele, um laudo feito por técnicos da seguradora do prédio descartou problemas relacionados à rede elétrica. No entanto, Fregonese disse que a Prefeitura acionou a Polícia Técnica para emitir outro parecer e ainda aguarda o resultado da perícia do Corpo de Bombeiros. ?O fogo começou em três caixas de papel picotado?, revela Fregonese.

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Para resolver o problema elétrico, os quatro geradores existentes estão sendo redimensionados. ?Dois deles estavam trabalhando com capacidade máxima e os outros dois com folga?, diz. Além disso, outros dois geradores estão sendo instalados para atender necessidades futuras.

A Prefeitura também está procurando outro prédio para instalar a Secretaria Municipal de Saúde, retirando do local cerca de 500 trabalhadores e uma série de equipamentos. Fregonese reconhece que existe um números excessivo de trabalhadores no local, mas diz que são cerca de 2 mil – e não 3 mil, como alega o sindicato.

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A Prefeitura também solicitou à construtora o projeto de instalação elétrica e quer saber quem são os responsáveis pela execução da obra. O prédio foi comprado há cinco anos e calcula-se que a capacidade de trabalhadores seria apenas de mil pessoas. ?Não se tem certeza da capacidade?, reconhece Fregonese. Mas quando a atual administração assumiu, as secretarias já estavam instaladas no local. Outro problema é que o edifício foi adquirido sem licitação. ?O sindicato move uma ação na Justiça. Já propusemos que a ação seja extinguida. Vendemos o prédio e compramos outro?, informa Fregonese.