Há 31 dias o Paraná não registra chuva significativa e a umidade relativa do ar, ontem à tarde, chegou a 35%. Esse panorama favorece o surgimento de queimadas. Segundo o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, do Corpo de Bombeiros (CB), a cada hora aparecem 3,4 focos de incêndio e 95% das regiões do Estado estão apresentando risco extremo.
Isso porque desde o dia 24 julho não chove no Paraná. A vegetação seca e a baixa umidade propiciam o aparecimento de uma média de 80 focos de incêndio por dia. No entanto, esse número deve ser superior, pois reflete apenas os casos que são atendidos ou comunicados aos bombeiros.
Segundo o tenente Pinheiro, uma boa parte das queimadas é provocada por gente que tentava limpar seu terreno ou queimar o lixo. A corporação atendeu um desses casos ontem, em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais. ?Uma pessoa foi colocar fogo no lixo, misturado à vegetação, e as chamas se alastraram, ameaçando uma residência?, revelou.
O tenente destaca que 95% do território do Paraná está sob risco extremo. Isso significa que as chances de os fatores que desencadeiam os incêndios terem êxito são muito grandes. Pinheiro diz que a população deve evitar atear fogo nesse período. Além disso, lembra que a prática é criminosa.
E a situação climática não deve melhorar nos próximos dias. Segundo o meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar Reinaldo Kneib, a estiagem vai continuar. Uma frente fria chega ao Paraná amanhã, mas chove pouco e o tempo volta a ficar aberto.
Reservatórios
Apesar da estiagem, por enquanto, a situação nos reservatórios que abastecem Curitiba e parte da região metropolitana é confortável. Juntos, Piraquara e Iraí estão com 75,5% da capacidade de abastecimento. Situação bem melhor do que a apresentada no mês de agosto do ano passado, quando Iraí estava com 30% da sua capacidade e Piraquara, 35%.
O gerente de produção da Sanepar, Paulo Raffo, explica que os dois reservatórios – que atendem 1,8 milhão de pessoas – estão com bom volume porque choveu bem em meses anteriores. O mês de abril ficou dentro do esperado e em maio choveu mais do que o dobro.
A média é 77 milímetros, mas cairam 187. Em junho, quase não choveu, mas julho atingiu a média.
Segundo Reinaldo, agosto deve fechar bem abaixo do esperado e a situação pode preocupar se a estiagem persistir no mês de setembro, no início da primavera. Por isso mesmo, Raffo pede que a população faça o uso racional da água, afastando a possibilidade de mais um rodízio.