A distração de pedestres têm causado acidentes de trânsito graves. De acordo com o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), na maioria dos atropelamentos atendidos pelos policiais, principalmente em canaletas e pistas exclusivas dos ônibus, o pedestre atravessou sem olhar, usava fones de ouvido ou mexia no celular.

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Dois atropelamentos, durante a manhã dequinta-feira (16), confirmam que falta atenção por parte do pedestre. Por volta das 8h, um funcionário de um lava-car, na Rua XV de Novembro, foi atropelado por um ônibus da linha Sagrado Coração, pouco antes do cruzamento da Rua Fernandes de Barros. Wesley de Oliveira, 19 anos, atravessava a rua para chegar ao trabalho. As filas de carros na Rua XV pararam, mas a pista exclusiva para os ônibus estava livre e o coletivo descia a rua normalmente. “Ele provavelmente não viu o ônibus. Correu entre os automóveis e passou sem olhar. Quando apareceu na minha frente, já não dava para segurar”, disse o motorista Pedro Sobrinho.

Wesley bateu a cabeça no para-brisa e caiu inconsciente. O ônibus, que estava lotado, foi esvaziado rapidamente. Funcionários do Hospital Menino Deus, quwe fica em frente ao local do acidente, prestaram os primeiros socorros e ficaram com a vítima até a chegada do Siate, que levou o jovem ao Hospital Cajuru. O estado de saúde dele era grave, com risco de morte.

Por volta das 9h, acidente parecido aconteceu na canaleta da Avenida Marechal Floriano Peixoto, perto da Praça Joaquim de Almeida Torres, Boqueirão. Segundo testemunhas, Hosney da Silva Arantes, 32, atravessava a via exclusiva dos ônibus, mas mexia no celular e não viu o ligeirinho, que seguia vazio rumo ao terminal do Boqueirão.

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O para-brisa do ônibus bateu contra o ombro de Hosney, que foi jogado alguns metros adiante. Ele foi socorrido, com ferimentos graves, ao Hospital do Trabalhador. “Levou sorte de não ter a cabeça atingida, poderia ser fatal. Os pedestres precisam ter mais atenção na travessia. Nós nos deparamos com muitos atropelamentos como este”, disse o cabo Lemes, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran).

Estatística

Aliocha Mauricio
Hosney da Silva Arantes sofreu apenas ferimentos leves.
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Mês passado, o Departamento de Trânsito do Estado (Detran) divulgou relatório apontando que cerca de 4 mil pessoas são atropeladas por ano no Paraná e, em 2013, 3.950 vítimas morreram. Conforme dados do BPTran, de janeiro a agosto de 2014, foram registrados 507 atropelamentos em Curitiba.

“Geralmente a vítima atropelada é idosa ou estava distraída com celular ou ouvindo música. Esse tipo de informação não entra na estatística, mas os relatos de testemunhas, confirmando a distração, têm se tornado frequentes’, disse o tenente Ismael Veiga, porta-voz do BPTran.

Em 11 de agosto, a estudante Amanda Rivelo, 15, foi atropelada por um biarticulado na Avenida Sete de Setembro, Batel. Ela usava fones de ouvido e capuz quando fazia a travessia da canaleta e foi atingida pelo coletivo. A garota morreu dois dias depois.

Quase uma semana após a morte da garota, o ciclista Marco Aurélio Martins de La Rosa Junior, 18, foi atropelado por um ônibus na Avenida Presidente Afonso Camargo, ouvindo música nos fones de ouvido. Próximo à estação-tubo Vila Nova, ele não percebeu a aproximação do coletivo. O rapaz foi socorrido ao Hospital Cajuru, em estado grave, e sobreviveu.