A desatenção causou dois atropelamentos na região central de Curitiba na sexta-feira, Dia Internacional do Pedestre. O primeiro acidente foi de manhã. Leni Marli Brei, 47 anos, caminhava para o trabalho quando foi atingida por um Celta. À noite, uma mulher, de 48 anos, ficou ferida ao atravessar a rua e não ver um biarticulado.

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O condutor do Celta disse que estava na segunda faixa da Avenida Marechal Floriano e, ao virar à esquerda, na Rua Marechal Deodoro, não viu a pedestre, que atravessava a via. Ele disse que estava devagar, mas não conseguiu frear a tempo. A mulher sofreu apenas contusão na coxa, foi atendida pelos socorristas do Siate no local e liberada em seguida. Leni contou que faz o mesmo percurso há dois anos e que achou que o semáforo para pedestre estava aberto. “O pior foi o susto”, disse.

Canaleta

O motorista do biarticulado contou que havia acabado de sair da estação-tubo do Passeio Público, na Avenida João Gualberto, quando viu que uma mulher atravessava a rua com a cabeça abaixada. “Diminui a velocidade ainda mais, mas acreditei que ela iria ver o ônibus”, disse o homem.

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Ela não viu, foi atingida e, na queda, machucou a cabeça. “Total desatenção minha”, comentou a vítima. A mulher de 48 anos, que não foi identificada, foi encaminhada ao Hospital Evangélico.

Anuário

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Dados do último Anuário Estatístico de Trânsito, divulgado pelo Detran, mostram que das 58.220 vítimas de acidentes de trânsito registrados no Estado no ano passado, mais de 4 mil eram pedestres. Em Curitiba, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) informou que o número de atropelamentos cresceu 5% na comparação entre o primeiro semestre de 2013 (352) e o mesmo período de 2014 (370).

De janeiro a junho deste ano, 437 pedestres ficaram feridos e cinco morreram na capital. Ainda de acordo com o BPTran, a maioria de pedestres feridos em Curitiba neste ano, são homens, com mais de 60 anos.

Pra aumentar a segurança

Para evitar que acidentes aconteçam, é importante que os pedestres tomem alguns cuidados. O primeiro é olhar bem para os dois lados antes de atravessar uma rua, mesmo que a via seja de mão única e esteja na faixa de pedestres. É importante também, na hora de atravessar, ter certeza que o motorista está vendo o pedestre, atravessar sempre na faixa e respeitar a sinalização, mas nunca deixar de conferir se o motorista ou motociclista percebeu o movimento.

A terceira dica e, uma das mais importantes segundo a chefe da Divisão de Programas Educativos do Detran, é evitar o uso de fones de ouvido e aparelhos celulares enquanto anda. “As condições de visão, audição e reflexos são importantes para a segurança. Ouvir música enquanto atravessa uma rua, por exemplo, impede de ouvir a buzina de um carro. Olhar para o celular pode faz que não se perceba uma moto fazendo a conversão, entre outras situações comuns que poderiam ser evitadas”, explica Noedy Bertazzi.

Paciência

É importante também que os pedestres não passem pelo meio dos carros parados em semáforos e evitem passar por trás de ônibus, bancas de jornal ou qualquer outro empecilho que dificulte a visão de quem estiver dirigindo. Motoristas devem ter paciência com os pedestres de mais idade, pois nem sempre o tempo do semáforo é suficiente para concluir a travessia. Se não for possível usar a faixa de pedestre, deve-se procurar o trecho em que seja possível ver as duas esquinas mais próximas.