O Departamento de Trânsito do Estado do Paraná (Detran-PR) divulgou ontem o resultado de um levantamento feito pelo Instituto de Qualidade Automotiva (IQA) sobre as causas de acidentes de trânsito em Curitiba, durante o período de 21 de outubro a 22 de novembro. O trabalho apontou que mais de 97% dos desastres foram provocados por falha humana.
Segundo a diretora de Operações do Detran-PR, Elaine Kawa, o objetivo da pesquisa foi identificar os fatores causadores de acidentes para poder tomar ações de prevenção efetivas. Para detectar as causas dos acidentes, técnicos do IQA ficaram 30 dias na Central de Operações da Polícia Militar e acompanharam os atendimentos das ocorrências com vítimas. As equipes trabalharam de segunda a quinta, das 7h às 23h, e de sexta a domingo durante 24 horas.
Foram investigados 151 acidentes. Destes 97,3%, foram causados por fatores humanos de risco, tanto por parte dos motoristas quanto dos pedestres. “A falta de atenção e o desrespeito às leis de trânsito são os principais fatores humanos de risco”, explica Elaine.
Homem ao volante
A pesquisa ainda revelou que os condutores masculinos sofrem mais acidentes do que os femininos. Foram registrados 208 acidentes abrangendo homens e 46 com mulheres. Além disso, a faixa etária dos homens envolvidos nos acidentes de trânsito é superior ao das mulheres. Eles registram ocorrências nas idades de 26 a 35 anos de idade, enquanto elas entre 18 e 25 anos.
Entre os diferentes tipos de acidente de trânsito, a pesquisa aponta as colisões transversais com o maior número de ocorrências, seguidas dos atropelamentos, batidas traseiras e laterais. A maioria das ocorrências ocorreram entre automóveis, mas também foi registrado um número significativo com motocicletas e motonetas.
Segundo estimativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Brasil perde anualmente cerca de US$ 10 bilhões em decorrência dos acidentes de trânsito.
Frota sucateada
A pesquisa também analisou o estado de conservação da frota de veículos que estão circulando em Curitiba este ano. Foram avaliados 386 veículos que registraram idade média de 14,3 anos.
Os principais problemas apresentados nos veículos durante o levantamento foram na suspensão: cerca de 70% tinham problemas de desequilíbrio no eixo traseiro. Os freios também apresentaram problema em 51,8% dos veículos analisados.