Uma explosão em uma fábrica de telhas em Maringá, noroeste do Paraná, na manhã de ontem, deixou nove pessoas feridas, uma delas em estado gravíssimo. O funcionário Marciano Martins de Oliveira, que operava a estufa de secagem onde ocorreu o acidente, estava em observação em uma UTI da cidade e ainda corria risco de morte. O acidente ocasionou sérios danos materiais à estrutura da empresa e atingiu também um estabelecimento vizinho. De acordo com a Criminalística, que investiga o caso, a provável causa do acidente teria sido uma queima defeituosa na estufa, que teria ocasionado saturação de gás.
De acordo com o tenente Marlon Luiz Pensaki, do Corpo de Bombeiros de Maringá, o acidente ocorreu por volta das 8h em uma das três estufas da fábrica Ivaí Artefatos de Cimento – onde as telhas são dispostas para secagem. ?Cada uma delas tem cerca de três metros quadrados por 2,2 metros de altura. A que explodiu, localizada em um dos cantos, atingiu parte da estufa central e destelhou o depósito que fica ao lado, abalando sua estrutura metálica?, descreveu. A empresa vizinha à fábrica, de suprimentos de informática, também foi atingida. ?Parte do muro que divide os dois estabelecimentos foi destruído, abalando também a estrutura da outra empresa. Lâmpadas caíram com a força da explosão e paredes divisórias saíram do lugar?, disse ainda o tenente.
O Corpo de Bombeiros levou oito feridos para os Hospitais Santa Rita, Santa Casa de Misericórdia e Metropolitano, na cidade vizinha de Sarandi. Todos são funcionários da fábrica. Até o final da tarde de ontem, três continuavam internados e um em observação. Uma outra pessoa foi encaminhada a atendimento médico por terceiros, com problemas de audição. ?Duas estão em estado grave; três apresentavam ferimentos moderados, como escoriações, mas sem fraturas; e três sofreram problemas de audição?, contou o bombeiro. Segundo testemunhas, o barulho foi ensurdecedor e pôde ser ouvido no Aeroporto Sílvio Name, a 1,5 quilômetro da fábrica, que fica na PR-317, saída para Campo Mourão.
Explosão
Dos feridos graves, um corre risco de morte. É o servente responsável pela operação da estufa, Marciano Martins de Oliveira, de 27 anos, que sofreu diversos traumas, inclusive no crânio e tórax. Ele foi levado para a Santa Casa, onde passou por cirurgias durante toda a manhã e parte da tarde de ontem. Em seguida, Oliveira foi encaminhado à UTI, onde continuava em observação.
O funcionário teria acabado de acender a estufa no momento em que houve a explosão. ?O sistema funciona como se fosse um grande forno, ativando o gás e o acendedor pelo lado externo para que os queimadores internos se acendam. Que a estufa ficou saturada de gás nós sabemos, mas ainda precisamos descobrir se a explosão aconteceu porque o fogo não acendeu desde o início ou se acendeu parcialmente e ficou vazando gás?, explica o perito criminal Hélio Franco. Testemunhas teriam dito ainda ao Corpo de Bombeiros que sentiram cheiro de gás nos arredores da fábrica um dia antes da explosão.
O perito afirma que o depoimento de Marciano será decisivo para se chegar às causas do acidente. Franco analisará ainda os projetos de construção civil e da instalação de gás da fábrica para verificar se apresentam falhas. O proprietário da empresa, Valdemar Matos Santos, considerou o ocorrido uma fatalidade. Ele não soube informar as causas do acidente.