Exploração sexual em discussão na capital

A Câmara Municipal de Curitiba recebeu ontem uma audiência sobre o combate ao abuso e à exploração sexual infantil.

Durante o evento, organizado pela bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), representantes do Conselho Tutelar, da Polícia Militar e da Sociedade Civil apresentaram dados, que definem o perfil do problema.

De acordo com os Conselhos Tutelares de Curitiba, de 15 de janeiro de 2007 até 15 de abril deste ano, foram atendidos 342 casos de violência sexual infantil na capital.

Entretanto, segundo a sargento da PM Tânia Guerreiro, do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência em Curitiba e Região Metropolitana, cerca de quatro crianças e adolescentes são vítimas de abuso sexual por dia. Segundo Tânia, o padrasto é responsável por 67% dos casos de abuso sexual, que ocorrem dentro de casa. Em outros 20%, os pais são os molestadores.

Para a sargento, um dos principais fatores que acabam inibindo o combate a esse tipo de crime é a dificuldade em identificar o criminoso. ?Pedófilo não tem um perfil exato. Ele pode ser um universitário, um pai de família e não apresentar desvios de conduta perante à sociedade. Ou seja, uma pessoa acima de qualquer suspeita?, comenta a policial.

Tânia também ressalta que as mulheres acabam cometendo abusos contra menores. ?Em cerca de 90% dos casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, o agressor é do sexo feminino?, relata.

Segundo ela, a impunidade também contribui para que os números quanto ao abuso sexual ainda sejam evidentes. Para ela, deveria existir uma legislação específica para coibir esse tipo de crime. A audiência foi realizada em alusão ao Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual contra a criança e o Adolescente (19 de abril). 

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