O chefe dos cemitérios da Prefeitura de Curitiba, Joarez Lopes de Oliveira, foi exonerado do cargo ontem pela manhã. Ele foi flagrado em uma reportagem exibida no programa Fantástico, cobrando propina para a reversão de lotes no Cemitério Municipal São Francisco de Paula. O funcionário chegou a comparecer para trabalhar ontem, mas teria sido expulso do local pelos colegas.

De acordo com o procurador-geral do município, Luiz Carlos Caldas, será aberta uma sindicância para apurar o envolvimento de Joarez e de possíveis outros servidores no esquema, que poderá resultar em demissão e processo criminal. O fato também será encaminhado à Delegacia de Crimes contra a Administração Pública e ao Ministério Público Estadual. O secretário municipal do Meio Ambiente, Ibson Campos, afirmou que com isso querem mostrar que a investigação será aberta e não vai se resumir a uma sindicância interna.

Tanto o secretário quanto o procurador só tiveram conhecimento da matéria ontem pela manhã, quando o prefeito Cássio Taniguchi informou os dois, ordenando o afastamento do servidor. Ibson Campos disse que ficou surpreso com o fato e não imagina que tal fato possa estar acontecendo. O secretário admitiu que a Prefeitura não tem condição de atender todos que estão na lista de espera por um lote no cemitério, mas quando há possibilidade de uma reversão, ele segue uma lista de espera, a qual ele não soube precisar a demanda. “Quando há um abandono de um lote, nós seguimos todos os procedimentos legais antes de repassar para outra pessoa. E, de forma nenhuma é feita a venda de lotes”, garantiu Campos.

Denúncia

Uma pessoa orientada pela Rede Globo se passou por um interessado em adquirir um lote no Cemitério Municipal São Francisco de Paula. A conversa foi filmada. Joarez Lopes de Oliveira pediu R$ 4 mil para “intermediar” a compra, sem obedecer a ordem da lista de espera. O servidor disse que preferia receber a propina em dinheiro, pois iria repassar para outras pessoas envolvidas no esquema. Procurado no dia seguinte para falar sobre o caso, o servidor afirmou que só poderia se manifestar através da Comunicação Social da Prefeitura, a qual também não quis falar sobre o assunto.

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