O governador Roberto Requião e o secretário dos Transportes, Valdir Pugliesi, definiram ontem os detalhes do convênio com o Exército para a pavimentação da Estrada do Cerne. O projeto prevê a pavimentação dos 123 quilômetros que separam Campo Magro e Piraí do Sul. A obra deve integrar uma região histórica e fomentar o turismo.
Ao destacar a necessidade da estrutura para a via que será explorada para o turismo, Requião ressaltou que as prefeituras dos municípios que têm o seu território cortado pela estrada devem conscientizar os donos das propriedades que serão atingidas pela via sobre a valorização do seu patrimônio. ?Os donos de terras da região da Estrada do Cerne devem tomar cuidado com a especulação imobiliária, porque os terrenos, fazendas e chácaras serão valorizados. Cuidado com essas ofertas. Quando o Estado investe em uma estrada é para que os antigos proprietários tenham um retorno pelo esforço de manutenção das áreas que estão em poder das suas famílias por décadas?, alertou.
Segundo o prefeito de Campo largo, Edson Basso, a exploração do turismo é a alternativa mais rápida para o desenvolvimento econômico da região do seu município pela qual passará a estrada. Além de permitir que uma parcela da população tenha acesso ao centro do município, a estrada ?trará rápida valorização das propriedades e o desenvolvimento econômico com exploração do turismo?, salientou. A estrada já é percorrida por ?jipeiros? – motoristas de veículos com tração integral, que aliam o prazer de dirigir em estradas sem pavimentação à apreciação da natureza – e é uma alternativa para apreciar a região serrana de Campo Largo e a Floresta Nacional do Açungui.
Desenvolvimento
Pugliesi ressaltou ainda que a via pode ser uma alternativa para os veículos leves fugirem do pedágio. ?Nossa pretensão é levar a obra até Londrina?, antecipou. De acordo com o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Rogério Tizzot, inicialmente serão construídos 16 quilômetros. ?Enquanto uma parte do projeto está sendo executada, os próximos quilômetros já estarão sendo planejados?, afirmou.
Para o coronel Daniel de Almeida Dantas, do 10.º Batalhão de Engenharia de Construção, a obra representa economia para o Estado e uma oportunidade para que o Exército treine seu pessoal. ?Além de contribuir para que o governo do Estado integre seu território e melhore sua infra-estrutura de transporte, o Exército estará adestrando o seu pessoal. É uma oportunidade de aprendizado?, explicou. A obra ficará a cargo do 10.º Batalhão de Engenharia de Construção. Sediado em Lages (SC), o Batalhão participou da construção da Ferroeste e é um dos 11 que o Exército tem em todo o País. Juntos, eles compõem um sistema voltado para a qualificação dos militares.
