Após vários adiamentos, ontem o governo do Estado enfim assinou o convênio com o Exército, autorizando o início das obras na Estrada do Cerne (PR-090). O encarregado pelo trabalho é o 10.º Batalhão de Engenharia de Construção, de Lages (SC). A princípio, serão pavimentados 16 quilômetros e outros 20 já estão encomendados. Segundo o comandante, coronel Daniel Dantas, a mobilização para a obra ainda está sendo discutida. A recuperação da estrada começa a ser feita com 55 homens, mas esse número pode aumentar para 200.
De acordo com o secretário de Transportes, Waldyr Pugliesi, o convênio possibilita o início imediato dos serviços de terraplenagem, drenagem e construção de bueiros dos primeiros 16 quilômetros entre Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, e a segunda ponte sobre o Rio Cerne. ?O pessoal do Exército já está lá, fazendo o levantamento da área, para começar a implantar o alicerce da estrada, preparando para a pavimentação desse trecho inicial?, explica. A recuperação dos 16 primeiros quilômetros custará R$ 8,73 milhões.
O termo assinado ontem, segundo Pugliesi, também já solicita o projeto final de engenharia para a pavimentação de outros 20 quilômetros seguintes, entre a segunda ponte e Bela Vista. Na PR-090 até Piraí do Sul, são 123 quilômetros. Esse é o projeto total de recuperação que o Estado pretende concluir. ?É isso que queremos. A primeira etapa fará esses 36 quilômetros e assim sucessivamente, até chegar a Piraí?, afirma. Para as obras iniciais foi dado um prazo de 18 meses ao Exército. Porém, a conclusão do trecho completo deve demorar. ?Vamos entrar na realidade do próximo governo. 123 quilômetros em um terreno desse (bastante acidentado) vai demorar um bocadinho, mas o importante é que esse primeiro passo já foi dado?.
As reclamações sobre as más condições da Estrada do Cerne – buracos, lama e falta de asfalto – são antigas. Já em 2002, as chuvas na região deixavam a estrada intransitável. Em 2003, o trecho era considerado prioridade para restauração pela Secretaria de Transportes e o Estado anunciou a intenção de firmar acordo com o Exército para pavimentação da estrada. O projeto foi entregue em meados de 2005. Segundo Pugliesi, a demora em assinar o convênio para início das obras se justifica pela dificuldade gerada pela característica da geografia da região, que demandou estudos aprofundados.
