O Paraná vem sendo considerado exemplo na inclusão de estudantes com necessidades especiais na rede regular de ensino. De janeiro de 2003 até agora, o número de alunos com algum tipo de deficiência mental, física, auditiva e visual, além de superdotação, matriculados nas 2.101 escolas regulares da rede estadual aumentou 129,04%. Atualmente, são 40.760.
?No mesmo período, o número de alunos matriculados nas escolas especiais cresceu apenas 12,5%. Isso aconteceu porque, de alguns anos para cá, foi criada toda uma estrutura dentro da rede estadual de ensino para atender os alunos com necessidades especiais. Esse trabalho incluiu promoção de concurso público para contratação de professores especializados, realização de atividades de contraturno e adaptação do espaço físico das escolas?, afirma a chefe do Departamento de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação, Angelina Mattar Matiskei.
A legislação brasileira diz que todos os estudantes devem preferencialmente ser matriculados em escolas regulares. Porém, Angelina explica que o Paraná acredita que a inclusão de estudantes com necessidades especiais deve ser responsável e não radical. ?Inclusão não é apenas colocar o aluno com necessidades especiais dentro de uma instituição regular. Para que a inclusão não se transforme em exclusão, é preciso que as escolas tenham estrutura e preparo para lidar com as diferenças. É necessário que haja uma mudança de cultura dentro das instituições e que elas realmente sejam abertas a todos.?
A diretora da Escola São Francisco, mantida pela Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial (Afece), Isabel Oliveira, concorda. Ela diz ainda que, por mais que a inclusão seja positiva, não são todos os estudantes com necessidades especiais que podem freqüentar uma escola regular. ?É preciso que o aluno passe por avaliação antes de ser inserido no ensino regular. Para alguns estudantes, a escola especial ainda é a melhor opção.?
Na rede estadual do Paraná, segundo Angelina, as crianças com necessidades especiais passam por avaliação antes de participar dos programas de inclusão. Para que este trabalho seja complementado, deve ser reaberto, no próximo mês, o Centro de Apoio e Avaliação do Paraná, que está fechado desde 2001. Ainda este ano, deve ser realizado um novo concurso para a contratação de mais professores especializados em educação especial.