Excesso de vaidade complica a vida de pichador

Depois de o prédio Suíte Vollard, no Ecoville, ter amanhecido completamente pichado nesta quinta-feira, a Polícia Civil deve se basear em uma investigação no âmbito virtual para encontrar os responsáveis. Isso porque, após o “serviço”, um dos supostos meliantes colocou fotos e mensagens em sua página pessoal do Facebook, se vangloriando do feito, o que caracteriza também o delito de incitação ou apologia ao crime. Até o início da tarde, a postagem já tinha mais de comentários e compartilhamentos. No entanto, o conteúdo foi retirado do ar por volta das 15 horas.

O fato de as informações não estarem mais disponíveis na internet não inviabiliza a investigação, segundo o delegado titular do Núcleo de Combate aos Ciber Crimes, Demétrius Gonzaga. “Mesmo que tenham tirado do ar, o fato já se concretizou e deixou rastros. Vamos trabalhar em cima dos dados tecnológicos que já foram coletados”, explica. Desta forma, ele acredita que será possível descobrir quem postou as mensagens na internet e identificar quem são os autores dos crimes – a pichação e a apologia em ambiente virtual.

As postagens, publicadas por um usuário identificado apenas como “Thcapertamaisum Zonaoestecwb”, seis litros de tinta foram necessários para pichar o prédio, de onze andares. As mensagens também indicam que outras pessoas podem ter colaborado com a pichação, pois o autor agradece a participação de colegas que “estavam na missão”, identificados por pseudônimos, como Hemp e Aperta+1. Além do próprio autor das postagens e dos usuários citados por ele, todos os outros usuários da rede Facebook que comentaram ou compartilharam as mensagens também serão investigados.

“Vamos verificar todos os envolvidos um por um para detectar se houve conduta delituosa, se houve intenção de provocar um comportamento criminoso por meio de incitação ou apologia”, comenta. Caso seja comprovado que houve participação de outras pessoas tanto no crime físico quanto no virtual, o grupo pode ser enquadrado, inclusive no delito de formação de quadrilha. A pena prevista para o delito de apologia ao crime é detenção de três a seis meses. Para o crime de dano material ao patrimônio, é de detenção de um a seis meses. O crime mais grave seria, portanto, o de formação de quadrilha, cuja punição é reclusão de um a três anos.

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