O Banco de Leite Humano do Hospital Evangélico, em Curitiba, está precisando aumentar o número de doadores. O estoque atual é de 30 litros. A necessidade é dobrá-lo para que todos os bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sejam beneficiados. O alimento é importante porque fortalece o sistema imunológico, ajudando a reduzir a mortalidade.
A coordenadora do banco de leite, Fernanda Villela Mesa, diz que este mês o nível de leite doado conseguiu suprir apenas 50% do que é necessário para atender os 30 bebês internados.
Nos últimos seis meses, a coleta já havia baixado de 70% para 60% e, agora, diminuiu ainda mais. “Quando está frio, as mães acabam retirando menos leite”, observa.
As crianças do hospital precisam contar com a ajuda de outras mães porque as mulheres que têm bebês internados costumam diminuir significativamente a produção de leite. “O estresse vivido por essa mãe, com o choque de ver seu bebê em uma situação difícil, pode levar ao bloqueio da glândula hipófise”, explicou.
Apesar de todas as crianças da UTI serem de alto risco, os médicos fazem uma seleção para ver quem vai receber o leite materno e o industrializado. Os que apresentam um quadro de saúde mais delicado são privilegiados.
Fernanda explica que o leite materno é fundamental para ajudar na recuperação. É de fácil digestão, facilitando a absorção dos nutrientes, além de aumentar a resistência a doenças.
Fernanda faz um apelo às mães que estão amamentando para que doem o excesso de leite. Segundo ela, logo após o parto a produção de leite se acentua e depois se estabiliza. Nesse momento muitas mães param de doar porque pensam que vai faltar leite para o seu bebê.
“Mas quanto mais a mama é estimulada, mais leite produz”, explica. Laiana Afonso Rigoni, de 26 anos, já fez a sua parte. Ela contribuiu com o Banco de Leite após amamentar seu filho de apenas 19 dias, e serve como exemplo para outras mães tomarem a mesma decisão.
Depois que o bebê termina de mamar, o que sobra no peito deve ser esgotado e isso leva em média 30 minutos. O leite é colocado em um frasco e durante o processo devem ser tomados vários cuidados com a higiene e o tempo de exposição a temperatura ambiente, que não deve passar de 20 minutos.
Todo o material e as orientações são fornecidas pelo hospital. Nos últimos dois anos, o banco contou com a colaboração de 4,9 mil mães e, foram coletados 1.442 litros de leite, beneficiando 892 bebês.
“Toda mãe pode doar. Desde que esteja saudável, não use medicamentos que impeçam a amamentação, não seja fumante e tenha leite excedente à necessidade de seu bebê”, fala Fernanda.
O leite deve ser congelado e a cada 10 dias uma equipe do hospital passa recolhendo. Quem quiser colaborar pode entrar em contato com o hospital pelo telefone (41) 3240-5117.