Litoral

Excesso de confiança na água pode ser fatal

Os guarda-vidas que atuam no litoral paranaense neste verão estão tendo bastante trabalho com os banhistas. Do início da temporada até o momento, o Corpo de Bombeiros já realizou 825 salvamentos.

Apesar dos números relativamente expressivos, houve uma queda de 40% em relação ao ano passado. Entretanto, o número de óbitos subiu de oito em 2009 para dez neste ano. O número de advertências e orientações também teve um aumento em 2010: 10% a mais do que o registrado na temporada anterior.

De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, Leonardo Mendes dos Santos, a combinação entre tempo bom, mais altas temperaturas e excesso de confiança dos banhistas contribuem para que ainda haja muitos casos de salvamentos.

“O pessoal não conhece o mar e, mesmo assim, decide se arriscar. A gente sempre orienta as pessoas a procurar ficar próximo dos guarda-vidas, a evitar entrar no mar quando há indicação de perigo, entre outras orientações. Muitos dos salvamentos realizados pelos guarda-vidas poderiam ser evitados se houvesse um bom senso dos banhistas”, avalia.

Os pontos com maior número de salvamentos estão na Praia Brava do balneário de Caiobá, em Matinhos, e nos balneários de Ipanema e Shangri-lá, em Pontal do Paraná.

“Esses são os pontos que mais nos dão trabalho. Na Praia Brava, o problema é o mar, que tem muitos buracos. Em Ipanema e Shangri-lá, os afogamentos ocorrem pela imprudência das pessoas”, revela.

O tenente chama a atenção pelo fato de que a maioria dos óbitos em decorrência de afogamentos ocorre em locais onde não há proteção dos guarda-vidas. Das 10 mortes, cinco foram no mar, dos quais dois aconteceram porque as vítimas entraram na água à noite, uma em piscina e quatro em rios.

“Insistir em se banhar nesses locais pode resultar em tragédias. Recentemente, tivemos na Praia Brava um homem de 62 anos com grau seis de afogamento, que indica o mais perigoso deles. Por ele estar em uma área protegida, foi possível fazer o salvamento e reanimá-lo, ainda que ele corra risco de morte. Se fosse em um local sem proteção, certamente a pessoa teria entrado em óbito”, garante o tenente.

Com a chegada do Carnaval, a tendência é de que aumente bastante o número de banhistas nas praias paranaenses. O tenente conta que deve haver uma reunião hoje para traçar as estratégias para esse período. “Ainda não temos nada definido, mas em princípio o efetivo de 414 guarda-vidas permanecerá o mesmo”, diz.