A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está de olho no excesso de carga transportada pelas rodovias do Estado. Ontem, todos os caminhões que passaram pela BR-116, sentido Curitiba-São Paulo, foram fiscalizados e 15% deles apresentaram o problema. Quem estava com o peso acima do permitido foi multado e só foi liberado depois de fazer o transbordo do excesso. A operação vai continuar hoje.
Muitos caminhoneiros foram pegos de surpresa. Dos cerca de 200 veículos de carga que passaram até às 18h pela rodovia, 34 foram notificados. Para o instrutor de fiscalização da PRF, Nivaldo Leal da Silva, o número é preocupante. "É por isso que as estradas estão tão ruins", disse.
Segundo Nivaldo, o excesso de peso registrado variou entre uma e duas toneladas. "Ficou abaixo do que encontramos em outros estados. Em alguns casos registramos até 15 toneladas", compara. Mesmo assim, a situação é alarmante. O professor de pavimentação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mario Henrique Furtado de Andrade, explica que os problemas causados são contabilizados em uma progressão geométrica. Uma tonelada a mais aumenta em quatro vezes os danos que a carga permitida pode causar ao pavimento, duas toneladas correspondem a 16 vezes. "É criminoso o que está sendo feito com as estradas", revela.
Quem foi pego trafegando com carga acima do peso permitido foi multado. No entanto, o valor é pequeno diante do problema causado. A cada duzentos quilos a mais, o caminhoneiro ou a empresa tem que desembolsar R$ 21,28. Porém, Nivaldo comenta que não é a multa que ajuda a coibir a situação.
Mas fiscalizar as estradas não é tarefa fácil. A maioria das balanças que são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre (Dnit), não está funcionando. O trabalho foi baseado no peso registrado na nota fiscal da carga transportada pelos caminhões.
O superintende do Dnit no Paraná, Celso Fernandes Ribeiro, reconhece que o problema existe. "Temos observado que as estradas estão se deteriorando antes do esperado. Isso se traduz em prejuízos", diz. Mas este ano ainda não está previsto o conserto ou a instalação de mais balanças nas estradas paranaenses. "Estamos trabalhando com o orçamento e vamos tentar contemplar o equipamento para o ano que vem", disse.
Capacidade maior
O professor da UFPR acha que a solução para o problema é aumentar a capacidade máxima permitida por eixo. Ele explica que nos Estados Unidos e Europa a carga permitida é de 13 toneladas, enquanto no Brasil é de apenas 10.
A operação da PRF começou a ser realizada no ano passado em todo o País e este mês chegou ao Paraná.