Alunos das 1.ª séries das escolas da rede pública de Curitiba estão tendo atendimento oftalmológico de graça. Segundo dados da Associação Paranaense de Oftalmologia, pelo menos 10% apresentam algum tipo de problema, prejudicando o processo de aprendizagem.
Este ano, 2.860 estudantes vão ser atendidos e quem precisar, vai receber óculos de graça. Os recursos para o desenvolvimento do projeto Olho no Olho, são do governo federal.
A estudante Mariana Kaulig, de 7 anos, conta que estava tendo dificuldades para enxergar o quadro negro. Isso atrapalhava seu rendimento na sala de aula. "A professora passava as lições e eu não conseguia copiar. É muito ruim", fala. A mãe diz que procurou a unidade de saúde do bairro e foi encaminhada para fazer os exames no Sistema Único de Saúde (SUS), mas ainda não havia sido chamada.
"A escola foi mais rápida nesse processo. É bom porque a menina já estava tendo problemas de aprendizagem, se demorar é pior. Ela perde muita coisa e se atrasa nas matérias", fala Marciléia Kaulig.
Junto com Mariana, outros estudantes vão ser beneficiados. Eles passaram por um processo de triagem feito nas escolas pelos próprios professores que receberam capacitação.
Destes, a presidente da Associação Brasileira de Oftalmologia, Tania Schaefer, acha que pelo menos 30% vão precisar usar óculos.
Tania explica que o projeto melhora as condições visuais dos alunos e em conseqüência disto o rendimento escolar. "Muitos pais chegam a pensar que a criança apresenta algum problema de aprendizagem, mas na verdade ela não está conseguindo enxergar direito", fala.
As doenças mais comuns detectadas são miopia, astigmatismo e hipermetropia. No entanto, através dos exames também são descobertos outros problemas. "Uma garotinha tinha uma alergia crônica e foi encaminhada para tratamento no Hospital de Clínicas", fala Tania.
Todos os exames são gratuitos, incluindo a distribuição de óculos, para os casos mais extremos. Os recursos são oriundos do governo federal. São parceiros neste projeto a Secretaria Municipal de Educação e a Associação Paranaense de Oftalmologia. No ano passado foram beneficiadas 2.800 crianças.
