O ex-Secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, comentou em uma postagem no Facebook sua saída da secretaria na última segunda-feira (5), e admitiu problemas com o lado político do cargo. “Em um ano de eleições, o caráter político nas decisões de governo ganha importância, e tenho que reconhecer que esse não é o meu forte”, disse na publicação.
Mesquita foi exonerado na segunda-feira e prontamente substituído por Júlio Reis, que era delegado-chefe da Polícia Civil. O ex-secretário, no entanto, balançava no cargo há tempos por atritos entre o comando da pasta e as forças policiais, e viu a pressão crescer sobre seu cargo após o episódio do corpo do rapaz assassinado em Colombo que permaneceu por 13 horas no local do crime antes de ser recolhido pelo IML, há três semanas. Ele chegou a se desculpar com a família da vítima pelo ocorrido.
Sobre o episódio, que é apontado como a causa de sua saída da secretaria, Mesquita destacou as atitudes tomadas posteriormente, sem comentar o fato em si. “A última crise, referente à atividade do IML, também foi sanada com a locação de viaturas novas e criação da central de despachos 24h, com uso de GPS nas viaturas”.
Mas o ex-comandante da segurança do estado reclamou da situação em que assumiu a pasta, em maio de 2015. “Recebi uma secretaria de segurança endividada, em crise, sem viaturas nem armas, sem atividade de inteligência operacional, criticada pela sociedade e com baixa moral”, sentenciou.
O ex-secretário não tocou em assuntos polêmicos enfrentados pela SESP, como os problemas com as carceragens e fugas de delegacias ou as condições penitenciárias no Paraná, e destacou alguns feitos sob seu comando, além de agradecer à equipe da secretaria. Mesquita também deixou uma mensagem de apoio a seu substituto. “Deixo aqui meu desejo de boa sorte e sucesso ao amigo Secretário Júlio Reis, policial capacitado, bem como a toda sua equipe”.