O Ministério Público do Paraná (MPPR) incluiu o ex-namorado da jovem vítima de um ataque com soda caustica como réu no processo que apura o crime, ocorrido no dia 22 de maio em Jacarezinho, norte do Paraná. A vítima, Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, sofreu queimaduras após ter soda caustica jogada contra si por uma outra mulher, que seria companheira deste homem.
O Ministério Público do Paraná, por meio da 3ª Promotoria de Justiça da comarca, apresentou aditamento à denúncia oferecida contra uma mulher de 23 anos que arremessou substância corrosiva, composta de hidróxido de sódio (soda cáustica), contra a ex-namorada de seu companheiro. Ela, inclusive, chegou a confessar o crime. O MPPR incluiu o homem como réu no processo, pois foi apurado que ele teria sido o mandante do crime. Isabelly ficou dias internada na UTI até receber alta.
Segundo o Ministério Público do Paraná esta informação foi conseguir após uma análise dos dados extraídos do aparelho celular da denunciada. Descobriu-se que seu companheiro planejou o crime e que, mesmo preso, apoiou os atos preparatórios, convencendo a mulher a aderir ao plano e executar o delito, estudando a rotina da vítima e atacando-a de surpresa quando ia para a academia.
Os áudios armazenados no dispositivo demonstram que o denunciado tinha verdadeiro domínio do fato criminoso, além de trazerem esclarecimentos sobre sua motivação.
Tentativa de homicídio
Após tomar conhecimento do relatório de análise dos dados, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do investigado e instaurou novo inquérito policial para apuração de sua conduta. O Ministério Público manifestou-se favoravelmente à decretação da prisão e, concluídas as diligências investigativas necessárias, ofereceu denúncia contra ele, imputando-lhe o crime de homicídio qualificado na modalidade tentada.
O aditamento à denúncia aponta as qualificadoras de uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de meio cruel, feminicídio (crime praticado conta mulher por razões da condição do sexo feminino) e motivo torpe, pois o delito foi cometido pelo homem em razão do sentimento de posse que nutria em relação à ex-namorada e de vingança pelo término do relacionamento, enquanto a denunciada agiu motivada por ciúmes e inveja da vítima.
Preso desde fevereiro
O denunciado, de 28 anos de idade, já tem condenações por crimes anteriores, estando preso preventivamente desde 23 de fevereiro de 2024 por roubo majorado por concurso de pessoas e emprego de arma branca, pelo qual foi condenado recentemente em primeiro grau. A denúncia já foi recebida pelo Judiciário, nos próximos dias deve ser recebido o aditamento.