Funcionários demitidos pela Sociedade Evangélica Beneficente (SEB) em julho do ano passado estão amargando três meses sem o pagamento das parcelas do acerto feito quando deixaram o Hospital Evangélico de Curitiba. Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), a instituição demitiu cerca de 150 pessoas.
As multas e o acerto pela demissão deveriam ter sido pagos em parcela única, porém, pela condição financeira precária do Evangélico, o sindicato aceitou, com anuência dos trabalhadores, que os valores fossem divididos em seis vezes. Mas apenas as duas primeiras parcelas foram pagas e muitos estão passando por dificuldades. Os funcionários também acusam a instituição de não recolher o FGTS desde 2009.
“Complicou bastante minha vida. Estava em processo de financiamento de casa, fiquei sem conseguir cumprir com meus credores, e nem o FGTS pude receber porque não recolheram”, lamenta a ex-funcionária Francislayne Correia de Oliveira.
Outro trabalhador demitido, que prefere não se identificar, disse estar cansado de buscar resposta da SEB quanto aos atrasos e aos pagamentos que faltam pelas demissões sem explicações. “Quando esta nova diretoria assumiu começaram a fazer a limpeza sem muito critério. Mandaram várias pessoas embora e não estão indenizando”, reclama.
Sindicato nega atrasos
Mas para o Sindesc, a situação é diferente. A presidente da entidade Isabel Cristina Gonçalves, disse desconhecer o atraso nos pagamentos. “O sindicato tem acompanhado o processo e não tenho conhecimento que alguém tenha procurado advogado. A mim não chegou nenhuma denúncia”, diz.
Alguns ex-funcionários já fizeram denúncia no Ministério Público do Trabalho, que confirma investigação no Evangélico desde 2009. As novas denúncias estão sendo acrescentadas aos processos mais antigos. O hospital não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.