Ex-funcionários da Telepar, a antiga companhia telefônica do Estado, protestaram ontem no centro da cidade para cobrar definição sobre as ações em trâmite na Justiça para reparar as 680 demissões em 31 de maio de 1999. Eles alegam discriminação no momento do desligamento, pois foram demitidos apenas empregados com mais de 40 anos e 20 de empresa. Ontem, a empresa de telefonia Oi (que comprou a Brasil Telecom, empresa que assumiu as atividades da Telepar depois da privatização) fez uma proposta de indenização para encerrar os processos, mas os ex-funcionários rejeitaram.

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O processo, em trâmite há 14 anos, já passou por todas as instâncias da Justiça do Trabalho, e determinou a reinserção dos funcionários na empresa. Após recursos da Brasil Telecom e da Oi, o caso está no Supremo Tribunal Federal (STF) há dois anos. Paralelamente, o Ministério Público do Trabalho entrou com ação pedindo imediata execução da decisão da Justiça do Trabalho. Este processo está na 9.ª Vara do Trabalho de Curitiba.

Revolta

“Neste momento, o ideal seria a indenização. Seria o mais razoável para nós e à empresa”, comenta Celso Eduardo Machado, que trabalhou 28 anos na Telepar. “Foram embora funcionários de diversas funções dentro da Telepar. Alguns já eram profissionais de carreira na empresa, com salários mais altos. Estimamos que, dos 680 demitidos, 40 já morreram esperando a decisão da Justiça”, explica Machado. Paulo Helrighel foi demitido quando tinha 25 anos de empresa e estava a seis meses da aposentadoria. “O pessoal está muito revoltado porque em 14 anos não houve decisão”.

Em protesto, na tarde de ontem um grupo de 200 demitidos saiu em passeata da Praça Osório até a sede do Ministério Público do Trabalho, na Avenida Vicente Machado, onde estava programada reunião com representantes da Oi.

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Ideia é sensibilizar Barbosa

A empresa propôs pagar metade do salário da época da demissão multiplicado pelo número de anos que o empregado permaneceu na Telepar. Não houve acordo. Segundo a procuradora Margaret Matos de Carvalho, do Ministério Público do Trabalho, o encontro foi marcado para tirar todas as dúvidas dos ex-funcionários e que a Oi fizesse proposta para quitação. “Com a rejeição, continuamos então com duas ações em trâmite”, esclarece. O grupo de ex-funcionários produziu vídeos e vai enviá-los ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, para sensibilizá-lo sobre a questão.

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