Na data em que se completam 405 anos da morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência à escravidão e à desigualdade, brasileiros celebraram o Dia da Consciência Negra.
Em Curitiba, na sexta-feira, 57 casas de umbanda foram homenageadas na Assembléia Legislativa. Ontem, eventos do Festival Paranaense do Samba marcaram o dia.
Pela manhã, foi promovida a lavagem simbólica das escadarias da Igreja do Rosário de São Benedito, antiga Igreja dos Pretos, em uma festa que simboliza a limpeza da alma.
Posteriormente, vários representantes de grupos afrodescendentes foram até a praça Generoso Marques onde, em 1668, foi construído o pelourinho de Curitiba. Lá, fizeram rodas de capoeira. Os eventos também compõem o centenário da Revolta da Chibata.
De acordo com o zelador cultural Candieiro, do Centro Cultural Humaitá, participaram da manifestação capoeiristas índios, japoneses, brancos, e “baianas”, que na verdade são paranaenses.
“Nós somos brasileiros, acima de tudo. Curitiba vive um momento especial com a aprovação da Lei 10.639, que prevê o ensino da história afrobrasileira. Isso fortaleceu o espírito brasileiro”, afirma.
Ele garante que grupos africanos e candomblistas ainda são vítimas de preconceito na capital paranaense. “Pixam e quebram nossos terreiros, que são nossa casa de força, são como a igreja dos cristãos. Cadê a maldade de trazer flores e perfume para a cidade?”, questiona.
Ele ressalta que, se houvesse mais consciência de igualdade, não seriam necessárias a Lei de Intolerância Religiosa e secretarias de governo para promover políticas públicas para os negros. “O Brasil se levantou nos braços do negro”, ressalta.