Uma pesquisa da Universidade Estadual de Maringá (UEM) vem chamando atenção de estudiosos de diversas áreas. É o estudo das características genéticas de populações indígenas, que foi realizado pela professora do Departamento de Análises Clínicas da UEM Luiza Tsuneto. Alguns detalhes interessantes do estudo foram mostrados num seminário, ontem, no câmpus da UEM.
A pesquisa é resultado do curso de doutorado realizado pela professora. Ela investigou um tipo de marcador genético, o HLA (sigla em inglês de Antígenos Leococitários Humanos), em populações indígenas Guaranis, Kaingang e Ache, do Paraguai. Foram três subtribos M´bya, Kaiavá e Ñandeva.
“Em resumo, foi feito um levantamento das características do HLA destas tribos. Assim como elas possuem distinções de língua e de costumes, possuem, também, diferenças na estrutura genética, que vão determinar suas origens e até sua suscetibilidade a certos tipos de doenças”, explicou a professora Luiza.
Aplicações
As investigações realizadas pela pesquisadora têm objetivos muito específicos e importantes. Os marcadores genéticos podem determinar o elo de ligação genética com outros povos, apontando as origens ancestrais de cada um deles, informação significativa para o estudo de populações.
Outro aspecto importante é o fato de os dados levantados poderem apontar que tipo de vulnerabilidade cada povo apresenta a doenças específicas. Investigações já divulgadas mostram que os componentes genéticos de uma pessoa podem apontar o desenvolvimento de futuras doenças. As características comuns à uma população com a mesma origem genética podem determinar as tendências de toda uma tribo, por exemplo, de contrair certas enfermidades.
“Essa característica genética determinada pelo marcador HLA pode ser importante para outras áreas, como a medicina forense, porque facilita a identificação étnica de pessoas”, disse Luiza. “Ela também pode ser usada para a investigação de tipagem de medula óssea para transplantes.”