Novos cursos foram criados e novas vagas foram abertas na Universidade Federal do Paraná (UFPR), mas a estrutura é praticamente a mesma de décadas passadas.

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Com a chegada do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), até novos equipamentos foram comprados, mas não existe espaço físico para que eles sejam instalados e utilizados pelos alunos e pesquisadores.

Este diagnóstico foi feito pela Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) nos últimos três meses. De acordo com Astrid Ávila, presidente da Associação, em 17 cursos e sete setores da universidade existem problemas considerados “crônicos e históricos”.

“Os programas que o governo implementa trouxeram verba, mas expandiram o serviço sem dar conta da demanda histórica, gerando desequilíbrio”, afirma. Ela defende que os mesmos problemas estão presentes em todas as universidades federais brasileiras.

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No curso de pós-graduação em Contabilidade, por exemplo, a editoração da revista do mestrado, o gabinete dos docentes e o laboratório ficam no mesmo espaço.

Os alunos de Engenharia Ambiental dividem laboratórios com técnicos do Instituto Meteorológico Simepar e alunos de Engenharia Civil comungam espaço com o Lactec.

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“O departamento de Física chegou a fechar dois banheiros para usar como sala da coordenação e espaço para os alunos do mestrado”, ressalta a presidente. O departamento atende cerca de quatro mil alunos em apenas duas salas.

Professor do curso de bacharelado em Ciência da Computação, Luis Carlos Erpen de Bona, informa que não faltam equipamentos, mas sim espaço para dispor todos eles.

“Precisaria de mais laboratórios para ofertar mais aulas práticas, porque máquinas para isso até já tem. Hoje a universidade tem dinheiro e não consegue gastar por causa da demora das licitações”, revela.

No curso de Jornalismo, acontece o contrário. Mesmo com as salas e professores especializados, não há equipamentos para a prática e ensino do telejornalismo. “Logo no primeiro período, ficamos por três meses sem aulas em duas disciplinas, que foram ministradas em apenas um mês após a contratação de professores substitutos. Os equipamentos eram ultrapassados e escassos, e faltavam laboratórios”, conta Eduardo Amatuzzi, que ingressou no curso no ano 2000.

Obras

Paulo Krüger, pró-reitor de administração da UFPR, acredita que as obras já previstas pelo Reuni e que estão em andamento serão suficientes para suprir a demanda.

“Demora mais para cumprir uma obra quando tem pessoas dentro do lugar, mas todos os setores estão sendo contemplados através de um planejamento feito pela universidade”, afirma.

Segundo ele, os concursos terminaram mais rápido do que as obras e é por esse motivo que as vagas foram fornecidas sem que houvesse espaço para os novos alunos.

“A sociedade demanda com velocidade a entrega dos cursos de graduação e extensão, portanto não podemos nos dar ao luxo de fazer as obras e depois iniciar os concursos. Temos feito esforços de compartilhamento de espaços e mais de 100 pregões estão em andamento”, ressalta.