Estudantes tomam o prédio da reitoria da UFPR

Os estudantes que invadiram na última quarta-feira a sala do conselho universitário resolveram fechar também o prédio da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), impedindo que professores e funcionários continuassem trabalhando. No entanto, o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior disse que eles podem ser retirados de lá pela Polícia Federal porque não têm legitimidade para representar a categoria. Os alunos são contra a adesão da universidade ao programa do governo federal para aumentar o número de vagas e reestruturar o ensino superior.

A reunião do conselho universitário que poderia definir se a instituição participará do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) deveria ter acontecido ontem, mas foi adiada porque o Diretório Acadêmico dos Estudantes (DCE) pediu mais tempo para discussão. No entanto, quatro centros acadêmicos resolveram radicalizar e invadir a reitoria.

O coordenador-geral do DCE, Érico Massioli, disse que no último congresso nacional dos estudantes foi decidido que a categoria iria pedir que a adesão ao programa ocorresse apenas no ano que vem, dando mais tempo aos alunos para discutir as propostas do programa. Segundo Massioli, a ocupação feita pelos estudantes foi um ato impensado, já que os alunos estão buscando o diálogo. Além disso, a decisão deveria ter sido discutida com o DCE.

Até o reitor foi impedido de entrar no prédio ontem. Ele disse que, com a tomada da reitoria, vários trabalhos foram interrompidos, como a contratação de mais 180 professores. Moreira Júnior afirma que marcou uma conversa com os estudantes, mas eles não apareceram. Segundo os alunos, eles estavam estudando a proposta e a intenção era continuar no prédio.

A próxima reunião do conselho será na próxima terça-feira para debater a adesão e ouvir os alunos. O primeiro prazo dado pelo governo federal termina no fim deste mês. Na opinião do reitor, a instituição só tem a ganhar se resolver participar do programa. Ele explica que a decisão precisa ser tomada logo porque as primeiras universidades vão levar um bolo maior dos R$ 2 bilhões destinados para o programa. O outro prazo é dezembro.

Além dos alunos, a Associação dos Professores da UFPR (APUFPR) se posicionou oficialmente contra a adesão ao programa. Segundo a professora do setor de educação, Sonia Miranda, o primeiro problema é o fato de o Reuni ser lançado por meio de decreto. Além disso, o governo quer ampliar o número de vagas e melhorar o índice de aprovação sem, no entanto, aumentar a infra-estrutura. Eles marcaram para a semana que vem um ato de repúdio contra a adesão em frente à reitoria.

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